Existe mesmo uma pessoa “eleita” para cada um?

Em muitas culturas acredita-se que pessoas estão destinadas umas às outras. E que existe alma gêmea ou uma “pessoa eleita” para você. Ou seja, entre os 8 bilhões de habitantes no mundo, uma está designada especialmente para você.

Mas, por meio do evangelho de Jesus Cristo, aprendemos que somos todos filhos de um Pai Celestial justo e misericordioso. Não consigo acreditar que Ele me designaria para uma única pessoa em um berço de 8 bilhões.

E as palavras dos profetas nos ensinam exatamente isso. O Presidente Spencer W. Kimball foi direto ao ponto:

“‘Almas gêmeas’ são uma ficção e uma ilusão. Embora todo rapaz e toda moça busque com toda a diligência e fervor encontrar um companheiro ou companheira com quem a vida possa ser mais compatível e bela, ainda assim é certo que quase todo bom homem e toda boa mulher podem ter felicidade e um casamento bem-sucedido se ambos estiverem dispostos a pagar o preço.”
(“Marriage and Divorce”, devocional da BYU, 1976)

Ou seja, a felicidade conjugal não depende de encontrar “a única pessoa certa”, mas sim de dois corações dispostos a construir uma vida com o Senhor no centro.

O melhor criador de todos os casamentos

O Presidente Dieter F. Uchtdorf ensinou algo bem semelhante. Com seu bom humor, leveza e sensibilidade que já conhecemos, ele disse:

“Sei que isso pode ser uma decepção para alguns de vocês, mas não acredito que haja somente uma pessoa ideal para vocês. Acho que me apaixonei por minha esposa, Harriet, desde a primeira vez que a vi. Mesmo assim, se ela tivesse decidido se casar com outro, acredito que eu teria conhecido outra pessoa e me apaixonado por ela. Sinto-me eternamente grato por isso não ter acontecido, mas não creio que ela fosse minha única chance de felicidade nesta vida nem eu tampouco para ela.”

Essas palavras trazem uma verdade e uma mensagem de esperança: o plano de Deus não é limitado a uma única possibilidade de felicidade. Ele nos oferece caminhos, oportunidades, escolhas — e confia que, com Seu auxílio, seremos capazes de fazer boas decisões.

Tive algumas experiências de namoro antes de encontrar “meu eleito”. Namorei rapazes bons, que também buscavam encontrar uma companheira para o casamento. Mas sempre me perguntei o que era necessário observar para entender o que eu buscava.

Foi então que li o seguinte conselho do Élder Robert D. Hales:

“Ao namorar, descubram tudo o que puderem um sobre o outro. Procurem conhecer a família um do outro se possível. Suas metas são compatíveis? Vocês compartilham dos mesmos sentimentos em relação aos mandamentos, ao Salvador, ao sacerdócio, ao templo, à criação de filhos, aos chamados na Igreja e ao serviço ao próximo? Observaram um ao outro nos momentos de estresse, como reagem ao sucesso e ao fracasso, como resistem à raiva e como lidam com revezes? A pessoa que vocês estão namorando humilha os outros ou eleva as outras pessoas? Em sua atitude, linguagem e conduta, com o que vocês gostariam de conviver cotidianamente?”

Foram essas palavras que me ajudaram a entender o que eu buscava na pessoa que escolheria para formar uma família. E deu certo! Meu companheiro eterno me faz feliz mesmo em meio aos desafios da vida cotidiana.

Desde o início de nosso relacionamento, sabíamos que tínhamos nos encontrado por um propósito. Por isso, durante os anos que se seguiram de namoro, noivado e casamento, buscamos “escolher o nosso amor e amar a nossa escolha”.

Hoje, após 13 anos, nossa meta diária continua a mesma impressa em nosso convite de casamento:

“Que Deus, o melhor criador de todos os casamentos, combine nossos corações em um.”

E se eu não encontrar?

Nem todos os filhos de Deus terão a oportunidade de se casar nesta vida. Essa pode ser uma realidade dolorosa para aqueles que desejam formar uma família eterna. 

Às vezes, mesmo com fé, obediência e esforço sincero, o casamento não acontece. Se esse for o caso, lembre-se de que o valor de uma pessoa não está condicionado a um estado civil. 

E, mais do que isso, que o Senhor conhece nosso coração, nossos desejos justos e nossa disposição de confiar Nele, mesmo quando o curso da vida não corre como imaginamos.

O Presidente Dieter F. Uchtdorf falou com ternura e esperança sobre essa situação:

“Há entre vocês, bons jovens da Igreja, alguns que talvez nunca se casem. Embora sejam dignos em todos os aspectos, pode ser que nunca encontrem alguém com quem se selarão no templo do Senhor nesta vida. (…)

(…) Não sei por que as orações de uma pessoa são respondidas de uma forma, ao passo que as de outra são respondidas de modo diferente. Mas posso dizer-lhes o seguinte: os desejos justos de seu coração serão realizados.

(…) O curto período desta vida não é nada comparado com a eternidade. Se simplesmente tivermos esperança, exercermos fé e perseverarmos com alegria até o fim, lá no grande futuro celeste veremos o cumprimento dos desejos justos de nosso coração e muitas coisas mais que mal conseguimos compreender”.

O tempo do Senhor não é o nosso, e as experiências de cada pessoa são diferentes. Se existisse uma única “pessoa eleita” ou alma gêmea para cada um, isso invalidaria o nosso arbítrio — e o plano de Deus é, acima de tudo, baseado na nossa liberdade de escolha.

O Élder David A. Bednar também nos ajuda a entender que o foco não deve ser apenas em encontrar a pessoa certa:

“Se esperam ter um companheiro ou uma companheira eterna que possua certas qualidades espirituais, então vocês mesmos precisam desenvolver essas qualidades espirituais em si próprios.”

Ou seja, o relacionamento eterno não é resultado de um encontro predestinado, mas sim da escolha de duas pessoas justas e comprometidas com o Senhor.

Por fim, o Presidente Gordon B. Hinckley nos lembra da importância de fazer escolhas sábias e sagradas:

“Case-se com a pessoa certa, no lugar certo, no momento certo.”

Essa frase simples e direta deixa claro que temos mais de uma possibilidade de felicidade dentro do plano do Senhor. Portanto, Deus não escolhe por nós. Ele nos orienta, nos guia e abre caminhos — mas a decisão é nossa.

Então… existe uma alma gêmea para você?

A resposta é: não exatamente. Não há uma única alma gêmea para cada um. Existem pessoas boas, justas e compatíveis. 

Assim, podemos dizer que quando duas dessas pessoas se amam e escolhem construir um relacionamento e uma vida juntas, com Deus como seu orientador, elas se tornam almas gêmeas.

Porque o amor eterno não é encontrado, é construído — com fé, paciência, compromisso e esperança no plano de um Deus que vê muito além do agora.

Veja também: 9 coisas que ninguém te conta sobre o casamento

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