Como lidar com a depressão do seu filho adolescente

Quando o comportamento pode ser mais do que uma fase

Tenho um filho adolescente que não se sente motivado a fazer nada. Se pudesse, passaria o dia jogando videogame, assistindo TV ou dormindo. Ele está sempre irritado, e quando pedimos algo, responde de forma ríspida: “Eu sei!” ou murmura de mau humor. Às vezes, nem entrega as tarefas da escola, mesmo tendo feito.

Minha esposa e eu sabemos que ele é um bom garoto, e estamos tentando esperar com paciência essa fase passar. Mas, em uma conversa recente, consideramos que ele pode estar sofrendo de depressão. Isso acontece na minha família, e eu mesmo já enfrentei isso.

Como posso saber se é só uma fase da adolescência ou algo mais sério? E o que posso mudar como pai para ajudá-lo, independentemente da causa?

Seu olhar já é parte da resposta

A melhor maneira de começar é refletir sobre as últimas perguntas que você fez: elas mostram que você está disposto a entender seu filho e a se transformar como pai. Só isso já abre muitas portas.

Você já conhece a depressão e sabe como é fácil ser mal compreendido nesse estado. Por isso, é essencial caminhar com cuidado, sem tirar conclusões precipitadas sobre as motivações do seu filho. Como ensinou o Élder Jeffrey R. Holland:

“Uma aflição tão severa que restringe significativamente a capacidade de uma pessoa funcionar plenamente, um abismo tão profundo na mente que ninguém pode sugerir de modo responsável que ele sem dúvida desapareceria se as vítimas simplesmente endireitassem os ombros e pensassem de modo mais positivo — embora eu seja um vigoroso defensor de ombros firmes e pensamento positivo.”

Evite transformar tudo em uma disputa de poder

É fácil cair em conflitos de autoridade com adolescentes — especialmente quando sentimos que eles estão rejeitando nossa ajuda. No entanto, isso pode nos cegar para o que mais importa: o relacionamento com o filho além da obediência.

Muitos pais evitam construir vínculo com filhos resistentes por medo de “ceder” ao mau comportamento. Mas, como ensinou Stephen Covey e Terry Warner, citados por Terry Olsen:

“Ver as pessoas como o problema é o verdadeiro problema. Até enxergarmos os outros sem rótulos ou acusações, não vemos a verdade sobre elas — e, portanto, não encontramos o ponto de partida para soluções reais.”

O que todo adolescente precisa (e muitas vezes não sabe expressar)

Todos nós queremos ser tratados com dignidade. Para adolescentes, isso é ainda mais importante, pois estão deixando a infância e aprendendo a ser independentes — emocionalmente e socialmente.

Por isso, seu filho precisa sentir que você quer compreendê-lo de verdade. Então, pare e pense: como está seu relacionamento com ele fora das cobranças escolares ou de tarefas? Vocês têm momentos juntos onde ele possa se abrir, ainda que aos poucos?

Construa pontes com vulnerabilidade

Nem todo adolescente vai se abrir de forma espontânea, e tudo bem. Mas, conforme vocês passam tempo juntos, ele vai deixar pistas — sobre como se vê, como vê o mundo e o que sente.

Uma boa ideia é compartilhar com ele sua própria experiência com a depressão. Mostre como isso te afetou. Você não precisa interrogá-lo. Basta abrir seu coração e observar como ele reage. Muito provavelmente, ele vai se identificar e se sentir compreendido.

A estrutura continua importante — mas com empatia

Mesmo enfrentando a depressão, seu filho ainda precisa cumprir tarefas, estudar e participar da vida em família. Mas, ao entender melhor o que ele sente, você conseguirá equilibrar expectativas e empatia.

Todos nós queremos ser compreendidos — até quando precisamos fazer coisas que não gostamos. Ao invés de forçá-lo a obedecer, é mais eficaz cultivar respeito e cooperação.

É claro que, em algumas situações, você vai precisar que ele cumpra algo sem muita conversa. Porém, na maior parte do tempo, vale investir no relacionamento. Isso cria uma base de respeito mútuo que traz resultados mais duradouros.

Quando buscar ajuda profissional

Se, mesmo com apoio emocional e estrutura familiar, ele continuar preso nesse estado de desânimo profundo, é hora de procurar ajuda profissional. Um terapeuta ou médico pode ser essencial para tirá-lo desse buraco escuro da depressão.

Como você bem sabe, isso não é drama adolescente. É uma condição real que precisa ser tratada com seriedade.

Um pai consciente faz toda a diferença

Seu filho é abençoado por ter um pai tão atento e disposto a aprender. Continue buscando compreendê-lo e se conectar com ele. Assim, com o tempo, você vai descobrir como ajudá-lo a sair desse momento difícil — com amor, paciência e fé.

Fonte: latterdaysaintmag

Veja também: Os adolescentes são bons o bastante do jeito são

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