Carta para meu amigo Anti-Mórmon
Caro amigo,
esse é o primeiro ponto que desejo endossar: somos amigos. E embora você mesmo diga que é um anti-mórmon, e se empenhe em provar que minha crença é não apenas falsa, mas também perigosa – acredito que podemos manter a cordialidade e fraternidade. Esse respeito é fortalecido quando conversamos sinceramente sobre nossos valores e pontos de vista – e procuramos compreender os sentimentos e ideias uns dos outros.
Longe de querer impor uma posição, vou procurar esclarecer os motivos que me fazem crer no Evangelho Restaurado de Jesus Cristo e também lhe fazer alguns convites.
Eu amo o Evangelho de Jesus Cristo
Amigo, eu amo Jesus Cristo. Você sabe disso. Ele é o centro da minha vida. Eu estudei Suas palavras e Seu exemplo. Eu senti o amor Dele por mim e por outras pessoas. Tornei-me discípulo Dele – e isso significa que preciso seguir Seus mandamentos. Ele mesmo disse:
“Se me amais, guardai os meus mandamentos.” (João 14:15)
E porque eu o amo?
“Porque ele [me] amou primeiro” (1 João 4:19)
Ele amou-me tanto, que deu Sua vida por mim. Não digo apenas que Ele consagrou seus dias na mortalidade para dar um bom exemplo e ministrar as pessoas. Ele literalmente sofreu e morreu por mim. Se Ele não tivesse feito isso – eu nunca teria a oportunidade de me arrepender de meus erros, de vencer minhas fraquezas, de ressuscitar um dia – e de viver com minha família pra sempre.
Ele me pediu que exercesse fé Nele, que me arrependesse (ou seja, mudasse para melhor), fosse batizado, seguindo Seu exemplo. Ele me prometeu o Espírito Santo – e uma viva em abundância na Terra. Também me prometeu que seu eu perseverasse até o fim, guardando os mandamentos, estaria ao lado Dele, no Seu Reino Celestial, que é um lugar de alegria eterna. Esse é o evangelho de Jesus Cristo – as boas novas de alegria!
Eu amo o Profeta Joseph Smith
Você sabe também que amo o Profeta Joseph Smith. Você sabe que o admiro e procuro aprender dele. Eu não adoro Joseph Smith. Adoro a Deus. Mas louvo o trabalho deste grande profeta. Ele foi o instrumento usado por Deus para restaurar – ou seja, trazer de volta – as verdades do evangelho que existiam na época do Salvador Jesus Cristo.
Eu tenho estudado a vida e os ensinamentos do Profeta Joseph Smith. Também tenho analisado os fatos históricos e os relatos das pessoas que o conheceram. Fico admirado com o esforço da Igreja de pesquisar cada documento associado ao Profeta. Você conhece o projeto Joseph Smith Papers? E o livro Revelações em Contexto? Já viu a sessão de Tópicos do Evangelho que tratam de dúvidas comuns, como Poligamia, Sacerdócio, Tradução do Livro de Mórmon e outros?
Eu respeito sua opinião e crença, e espero ser respeitado
Agora é importante que você saiba que eu respeito sua opinião e crença – mesmo que ela seja completamente diferente da minha. De fato, se você quiser desprezar o que acredito, tudo bem. É claro que não gosto de zombaria e nem distorçam minha crenças. Eu procuro ser respeitoso e compreensível com todos. E espero também ser respeitado. Há ocasiões em que preciso esclarecer ou defender o que julgo ser verdade. Eu procuro seguir essas diretrizes neste caso:
“Não existe uma fórmula ou instruções por escrito para responder de maneira cristã. O Salvador tinha um modo diferente de responder de acordo com cada situação. Quando foi confrontado pelo iníquo Rei Herodes, Ele ficou em silêncio. Quando esteve diante de Pilatos, prestou um simples e poderoso testemunho de Sua divindade e Seu propósito. Ao deparar-Se com os cambistas que estavam profanando o templo, exerceu Sua responsabilidade divina de preservar e proteger o que era sagrado. Ao ser colocado na cruz, proferiu a incomparável resposta cristã: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). (…) Isso não quer dizer que temos que comprometer nossos princípios ou enfraquecer nossas crenças. (…) Contudo, mesmo quando sentimos vontade de falar da palavra de Deus com ousadia, devemos orar para estarmos cheios do Espírito Santo” (“Coragem Cristã: o preço de seguir Jesus” – Elder Robert D. Hales, Conferência Geral outubro de 2008)
Dito isto, quero te fazer três convites. Antes de fazê-los, saiba que eu também imputei esses convites a mim mesmo.
Convite 1: esteja perto
Não fique longe. Esteja perto. Vamos continuar a nutrir nossa amizade. Eu continuarei a conversar sobre as coisas da Igreja e Evangelho – mas não farei isso com a intenção de provocá-lo. É que essas coisas fazem parte da minha vida – e acabo falando naturalmente delas. Espero que entenda que não o faço para provocá-lo.
Então esteja perto. Às vezes terei que cumprir minhas responsabilidades na Igreja, o que pode significar que meu tempo vai ser parcialmente empregado nas coisas de Deus. Espero que entenda que meu compromisso não se deve a uma alienação fanática – mas a uma discipulado de fé.
Eu vou estar perto, pois quero responder suas perguntas, caso as tenha. Eu não tenho todas as respostas, evidentemente – mas sei onde buscá-las. E juntos, podemos alcançar maior compreensão.
Convite 2: Continue investigando
A Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos declararam:
“É compreensível que, vez por outra, os membros da Igreja tenham perguntas a respeito da doutrina, da história ou das práticas da Igreja. Os membros sempre são livres para fazer tais perguntas e buscar sinceramente um maior entendimento”.
O próprio Joseph Smith teve perguntas. Ainda bem. Pois elas deram início à Restauração.
Então, continue investigando. Eu continuo. Mas sempre lembro de algo que o Presidente Dieter F. Uchtdorf disse:
“Duvidem de suas dúvidas antes de duvidarem de sua fé. Jamais podemos permitir que a dúvida nos aprisione e nos impeça de receber o divino amor, a paz e as dádivas que vêm por meio da fé no Senhor Jesus Cristo” (“Venham, Juntem-se a Nós”, A Liahona, novembro de 2013, p. 21).
Lembre-se que ao pesquisar sobre a doutrina e História da Igreja é preciso considerar mais de um historiador. Algumas pessoas que escrevem sobre a História da Igreja são pessoas que não gostam dos mórmons. O Élder Neal A. Maxwell disse certa vez:
“Aprender sobre a Igreja (…) do ponto de vista de seus desertores é como entrevistar Judas para entender Jesus. Desertores sempre nos falam mais sobre si mesmos do que sobre a organização que abandonaram” (“All Hell Is Moved”, devocional da Universidade Brigham Young, 8 de novembro de 1977, p. 3)
Convite 3: eu sempre serei seu amigo
Não importa se um dia você deixará essa ideia de “anti-mórmon” ou não. Eu ainda continuarei a ser seu amigo. Minha amizade não é pretensiosa ou condicional. Eu quero que saiba disso, e nunca se esqueça. Se precisar de algo, conte comigo. Se eu precisar, quero poder contar contigo.
Desculpe por escrever tanto.
Nos vemos em breve.
Abraço fraternal,
Seu amigo.
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