Política e Religião – 5 princípios para ser um cristão politizado

Você já deve ter ouvido algo do tipo: “religião e política não se discutem” Bem, não é bem assim. Embora devamos evitar contendas, assuntos políticos e religiosos não devem ser evitados – pelo contrário – devem ser incentivados, inclusive na praça pública. Porém, existe perigo de conflitos entre ideias e ideais se não observarmos alguns princípios de civilidade e respeito. E na atual situação de nosso país nada melhor do que revisitarmos esses princípios.

O que é religião e o que é política?

Religião é o exercício de um conjunto de crenças que geralmente tem como base um ser superior ou divino. Essa é uma definição aceitável, mas Tiago a define melhor, quando diz:

“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se imaculado do mundo” (Tiago 1:27)

Em outras palavras a verdadeira religião enfoca no serviço ao próximo e na santificação pessoal.

Política é a arte ou ciência de governar. Uma pessoa que entende de política é politizada. Todos nós precisamos aprender sobre política em maior ou menor grau – pois no mundo que vivemos as decisões dos políticos (pessoas que exercem cargos públicos representativos) influenciam-nos bastante.

Vamos agora aos princípios retirados das escrituras e das palavras dos profetas vivos que permitem uma harmonização entre política e religião.

governo

1. Devemos nos importar com assuntos políticos

Um dos Presidentes da Igreja, John Taylor disse:

“Caso haja alguma coisa relativa ao governo das nações ou, em outras palavras, à política, que não conheçamos, desejamos aprendê-la.” (Ensinamentos do Presidente John Taylor, pg. 217)

Isso representa os anseios de todo membro fiel. Buscamos conhecimento, pelo estudo e pela fé (D&C 88:118). O Senhor disse em nossos dias:

“Ensinai diligentemente e minha graça acompanhar-vos-á, para que sejais instruídos mais perfeitamente em teoria, em princípio, em doutrina, na lei do evangelho, (…) Tanto as coisas do céu como da Terra e de debaixo da Terra; coisas que foram, coisas que são, coisas que logo hão de suceder; coisas que estão em casa, coisas que estão no estrangeiro; as guerras e complexidades das nações e os julgamentos que estão sobre a terra; e também um conhecimento de países e reinos” (D&C 88:78-79)

2. Não deixamos a nossa religião nunca!

Quando debatemos assuntos políticos, nas redes sociais ou fora – ainda continuamos cristãos – e precisamos lembras dos atributos de Cristo – que tão ansiosamente desejamos imitar. Precisamos ser mansos, humildades, respeitosos, bondosos, honestos e gratos. Isso não quer dizer que não possamos defender com ardor nosso ponto de vista político – ou procurar mostrar que determinado candidato, partido ou ideias política não é tão bom. Significa tão somente que vamos procurar edificar e tornar o ambiente melhor. Vamos mostrar que as pessoas são mais importantes que as coisas – e que a conciliação, fraternidade e bom senso podem prosperar, mesmo quando temso visões políticas antagônicas.

O Presidente George Albert Smith disse:

“Sempre que seu ponto de vista político fizer com que fale mal de seu irmão, saiba que está caminhando em terreno perigoso” (Ensinamentos do Presidente George Albert Smith, pg. 99)

Brasília o templo

Élder Benson em Brasília, 1961, apresentando o plano de bem estar da igreja ao então presidente do Brasil Juscelino Kubitschek. (imagem via facebook, História dos Santos dos Últimos Dias no Brasil).

3. A Igreja é neutra, mas os membros não

A posição da Igreja é de neutralidade política. Os membros da Igreja não. Ele podem – e são incentivados – a participar da política.

O Presidente Joseph F. Smith ensinou:

“A Igreja não se envolve em política; seus membros podem pertencer ao partido político que decidirem seguir. (…) Não lhes é pedido, muito menos exigido, que votem dessa ou daquela maneira” (“Editor’s Table:The Probable Cause”, Improvement Era, junho de 1903, p. 626.)

O Presidente Brigham Young disse:

“Somos um povo político? Sim, muito político. Mas a que partido vocês pertencem ou em quem votariam? Eu lhes direi em quem votaremos: votaremos no homem que apoie os princípios de liberdade civil e religiosa, no que tiver maior conhecimento e que tiver o melhor coração e cérebro para ser um estadista. Pouco nos importa se ele é um liberal-conservador, um democrata, (…) um republicano, (…) ou qualquer outra coisa. Essa é nossa política” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young, pg. 269)

4. O perigo de misturar religião com política

Existe um certo perigo de se misturar religião com política. Embora seja adequado que o político e as pessoas que se envolvem com política expressem suas crenças e não tentarem esconder sua religião – quando o discurso religioso se sobrepõem a todo tempo em assuntos políticos existe um real perigo de distorções e injustiças.

Na seção 134 de Doutrina e Convênios lemos:

“Não cremos ser justo misturar influência religiosa com governo civil, o que faz com que uma sociedade religiosa seja favorecida e outra, restrita em seus privilégios espirituais; e os direitos individuais de seus membros, como cidadãos, sejam negados.” (D&C 134:9)

Profeta Mórmon em uma Igreja Católica

Presidente Thomas S. Monson, Presidente de A Igleja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, fala ao público na Catedral de Salt Lake City, em sua inauguração depois de mais de dois anos de trabalhos extensos, os mórmons e os católicos mantem uma relação de amizade e respeito mútuo.

5. Contraditório e consideração pelo outro

Quando ouvimos pessoas que pensam diferente, e consideramos seu ponto, crescemos. Primeiro, passamos a entender melhor o outro. Segundo, mudamos nossa percepção ou reforçamos nosso próprio entendimento sobre determinado assunto politico. Debates são saudáveis quando estão despidos de ofensas e sarcasmos. É preciso ter consideração e respeito pelo outro.

O Livro de Helamã, no Livro de Mórmon conta de uma época de grande conflito político. Houve disputa, ira – e por fim assassinato. E isso não foi tudo – os conflitos políticos foram tão intensos – que geram uma guerra (Helamã 1).

Ao ler este relato penso que tudo isso poderia ter sido evitado se quando a “séria dificuldade” (Helamã 1:1) surgisse as pessoas optassem por não começarem uma “séria contenda” (Helamã 1:2). Se aquela eleição não gerasse rebelião, e se a rebelião não abrisse as portas para as combinações secretas – muita dor e morte teriam sido evitadas.

Essa história é para nós hoje. Intrigas políticas podem nos levar a seguir a trilha dos nefitas de outrora. Para evitar isso, essa recomendação do Elder Robert D. Hales é válida:

“Ao respondermos aos outros, cada circunstância será diferente. Felizmente, o Senhor conhece o coração dos nossos [adversários] e como podemos responder a eles do modo mais eficaz. Quando os verdadeiros discípulos buscam a orientação do Espírito, eles recebem a inspiração adequada para tratar cada opositor. E a cada um, os verdadeiros discípulos respondem de maneira a convidar o Espírito a estar presente. (…)

Que nossas conversas com os outros sejam sempre marcadas pelos frutos do Espírito — “amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão [e] temperança” (Gálatas. 5:22–23).” (“Coragem Cristã – o preço de seguir Jesus”, Conferência Geral outubro de 2008)

Que possamos aplicar este princípios!

 

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