Lutador de MMA membro da Igreja de Jesus Cristo fala sobre suas crenças

Westin Wilson, lutador profissional de MMA, não vê nenhum conflito entre a religião que ele vive e sua profissão. Na verdade, ele usa sua fama para compartilhar o evangelho.

Na sexta-feira, 10 de maio, ele competirá em um evento transmitido nacionalmente pela Legacy Fight Alliance (LFA) no Maverick Center, em Utah. Embora muitos possam achar difícil conciliar uma carreira em MMA com a religião e a família, Wilson diz que continua lutando por suas filhas que logo serão três.

“Uma grande razão para eu continuar nessa jornada é que eu quero que minha família, meus filhos, e meus futuros netos vejam que, se você tiver um sonho, você pode alcançá-lo. Você pode prover para sua família, fazer as coisas que você tem que fazer, e perseguir seus sonhos “, diz Wilson. “Nós vivemos em uma sociedade onde nos é dito que temos que escolher entre prover sua família [e seus sonhos], então escolhemos um trabalho que vai das 9h às 17h que talvez não nos faça feliz, mas provê para nossa família. Eu estou tentando provar que você pode fazer e conquistar tudo isso.”

Wilson não hesita em falar sobre suas crenças. Ele frequentemente posta sobre seu aprendizado do evangelho em seu site e compartilha suas crenças em entrevistas. Ele já falou sobre para o dízimo do dinheiro do prêmio e compartilha o evangelho ao viver seus padrões dentro e fora do octágono.

“Eu estou em um esporte onde não há muitos membros e eu posso ser um exemplo para os outros por causa disso. Eu tive muitas experiências missionárias… e fui capaz de quebrar muitos estereótipos”, diz Wilson. “Não importa aonde eu vá, seja um novo ginásio ou uma evento, eles sabem que sou membro da Igreja e, muitas vezes, eles me fazem perguntas sobre a Igreja e como eu posso trabalhar com esse esporte e continuar ativo.

No MMA, há uma cultura de festas entre os lutadores e eles sabem que não vou participar delas. Então eles perguntam: ‘Por que ele é diferente?’ e eu falo a Palavra de Sabedoria. Eu também não treino aos domingos e deixo isso bem claro. “

Por causa de sua experiência, Wilson também conseguiu ajudar muitos membros da Igreja.

Embora ele encontre oportunidades para compartilhar sua crença, ele também mostra respeito por seus companheiros lutadores de MMA e suas respectivas religiões. “Estou apenas vivendo minhas crenças”, diz ele. “Eu não estou forçando nada para ninguém.”

Ao mesmo tempo em que Wilson está quebrando estereótipos sobre os santos dos últimos dias no MMA ele também está quebrando estereótipos sobre o MMA na Igreja.

“O estereótipo na Igreja é que [o MMA] é esse esporte brutal e violento e são todos esses homens fanfarrões. Mas a luta é um grande equalizador. O melhor lutador ganha independentemente da religião, da cor, de suas crenças e do seu status socioeconômico”, diz Wilson.

Ele continua:

“Eu não luto porque sou uma pessoa violenta. Eu não luto porque tenho problemas de raiva. Eu não luto por nada disso. Eu luto porque penso na 13º regra de Fé, que diz que ‘suportamos muitas coisas e esperamos ter a capacidade de tudo suportar. Se houver qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável, nós a procuraremos.’”

Wilson diz que o MMA o ajudou a ganhar mais paciência para suportar as dificuldades, o ajudou a construir amizades apesar das barreiras linguísticas, e o ajudou a compreender o evangelho mais profundamente em sua vida.

Lutador de MMA e pai

Desde da quinta série, Westin Wilson sabia que ele queria ser um lutador profissional de MMA. Naquela época, Wilson era o que ele chama de “um nanico com síndrome de homenzinho”. Mas Wilson gostava de competir no único esporte em que seu tamanho não era um problema: luta livre.

Mas quando sua família se mudou para o Brasil por causa do trabalho de seu pai com, Wilson descobriu que sua nova escola não tinha um programa de luta. Entretanto, havia um ginásio de MMA perto de sua casa, e Wilson rapidamente começou a treinar. No final do ensino médio e em sua missão, Wilson cresceu mais 20 centímetro e não se chamava de nanico, mas então ele já havia encontrado o esporte que amava.

Wilson tem duas filhas pequenas e uma terceira no caminho. Ele brinca que ter duas filhas “balanceia o excesso de masculinidade. Elas me mantêm mais sensível. Eu assisti Frozen provavelmente umas 100 vezes e todos aqueles outros filmes de princesas.”

Se você tiver a chance de assistir Wilson treinar para uma de suas próximas lutas, você poderá vê-lo dançando com suas garotas entre as pausas.

“[Família], essa é a minha grande motivação, e quando você tem filhos e sua família é sua motivação, é menos provável que você fracasse, porque as coisas não são mais sobre si mesmo”, diz Wilson. “Eu sei que no final da luta, não importa o resultado, minhas filhas ainda vão me amar. Minha esposa ainda vai me amar. O resultado não importa, porque no final do dia eu tenho a minha família para voltar para casa. “

Quando Wilson machucou seu joelho há vários anos, sua fé e família o carregaram através da dolorosa recuperação.

“Machucar meu joelho e dar uma pausa por um ano foi a maior bênção que poderia ter acontecido comigo apesar de ser um evento infeliz”, diz Wilson. “E eu acho que é por causa do evangelho que eu tenha essa perspectiva … Eu estava ficando muito obsessivo com o esporte e era quase como se esse fosse o jeito de Deus dizer: ‘Dê um passo para trás; vamos mudar as prioridades; A ordem é esposa, filhos, outras coisas, e depois a luta”… Vencer, perder, nada disso realmente importa, porque no final, sempre terei minha família e sempre terei o evangelho, e essas são as coisas mais importantes “

A luta de MMA é como o evangelho

“Quando estou em uma luta, estou tão focado no que está na minha frente que não vejo o resto que está acontecendo no ringue”, diz Wilson. “[Mas] eu tenho um treinador que pode ver tudo, ele tem essa perspectiva externa. Há muito barulho. Há pessoas gritando, árbitros, juízes, música tocando. E eu tenho que ser treinado para ouvir a voz do meu treinador, e é exatamente assim na vida.

Nós temos tanta coisa acontecendo e estamos focados em tantas coisas diferentes. Você pode ser consumido por tudo isso ou você pode ouvir o Espírito Santo. Mas você tem que ter esse relacionamento. Você tem que construir esse relacionamento. Eu não posso ter uma pessoa que não conheço me dando instruções. Eu não vou confiar nela. Mas quando eu tenho meu treinador… Eu confio 100% no meu treinador. Se ele fala “Chuta!” eu chuto.”

Ele continua:

“Aprendi que esse é o mesmo relacionamento que preciso ter com meu Pai Celestial e com o Espírito Santo. E aprendi que isso cresce por meio de coisas pequenas e simples. Satanás também trabalha por meio de coisas pequenas e simples. Se [Satanás] puder nos convencer a não ler nossas escrituras, ou não ir a igreja, essas pequenas coisas vão se somar… Quanto mais séries [de exercícios] eu faço, mais fácil o movimento se torna. É a mesma coisa com nosso testemunho: Quanto mais [séries de exercícios] fizermos, mais orações fizermos, mais dedicação colocamos em nosso chamado, mais fácil fica e mais natural se torna. Quando o Senhor nos dizer para fazer algo, nós podemos fazer.

Por meio de seu foco no evangelho, Wilson descobriu uma motivação maior para ser alguém que quebra estereótipos como um lutador de MMA dos Santos dos Últimos Dias.

“Eu espero que por meio de minhas lutas, seja dentro ou fora do octágono, espero inspirar os outros, particularmente os jovens. [Eu quero que eles vejam] que eles podem [trabalhar] no que quiserem e ser ativos na Igreja e manter seus padrões do evangelho… mesmo que seja em uma indústria onde festas, problemas com a Palavra de Sabedoria e o Dia do Senhor sejam comuns. Você não tem que desistir de seus padrões do evangelho para se destacar e ser bem sucedido.”

Embora conciliar a fé, a família, e uma carreira em tempo integral no MMA seja muito difícil às vezes, Wilson sabe que seus sonhos valem o sacrifício. Ele também reconhece que o Senhor esteve com ele a cada passo de sua jornada, fornecendo apoio e perspectiva.

“Eu acho que a melhor coisa de ser um membro da igreja é ter uma perspectiva eterna sobre as coisas”, diz Wilson. “As vitórias, as perdas não importam; [as vitórias]  me trazem alegria, mas não aquela felicidade que o evangelho traz.”

Fonte: LDSLiving

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