Devo casar com alguém que amo mas não apoia minha religião?
Jonathan Decker é um terapeuta santo dos últimos dias que responde perguntas relacionadas ao casamento no site LDSLiving.com
Pergunta:
“Estou namorando um homem há vários anos. Ele é maravilhoso para mim de todas as formas possíveis, exceto uma: não compartilhamos a mesma religião e ele não é tolerante com as crenças dos santos dos últimos dias. Ele é de outra fé cristã. Oramos e estudamos a Bíblia juntos, e fico feliz em frequentar alguns cultos de sua igreja, mas depois de algumas tentativas, ele não quer mais saber de frequentar qualquer reunião da Igreja de Jesus Cristo comigo.
Essa é a escolha dele e posso viver com isso, mas ele também acredita profundamente que somos um culto e não quer que eu leia O Livro de Mórmon, pratique minha religião ou fale sobre nossas doutrinas perto dele. Eu o amo e não quero perdê-lo, mas sinto que ele está me pedindo para sacrificar uma parte essencial de mim mesmo. Eu amo este homem. Eu quero casar com ele, mas também me sinto reprimida. É possível que esse casamento dê certo?”
Resposta:
Obrigado por entrar em contato. É realmente muito difícil quando você ama alguém profundamente mas tem que suprimir uma grande parte de sua vida. Tenho muitos amigos cristãos de outras religiões e entendo como ele possa sentir-se. Muitas pessoas boas acabam desenvolvendo um preconceito contra as crenças dos santos dos últimos dias, e até mesmo podem considerar nossas crenças como heresia. Eu, claro, discordo, sempre defendendo que nossas crenças são uma extensão da Bíblia inspiradas pelo Senhor.
Há muitos fatores a serem considerados aqui. O grande problema é que o casamento eterno no templo é o seu objetivo, mas não é o dele. Embora pesquisas mostram que em um terço dos casamentos entre pessoas de crenças diferentes um dos cônjuges acaba se convertendo a religião do outro, isso não acontece entre os outros dois terços não. Se as intenções dele mostram que ele não deseja se tornar um membro da Igreja, não é justo que você projete essa expectativa nele.
Dito isso, quero deixar claro que não me oponho aos casamentos entre religiões diferentes. Eles podem ser felizes e bem-sucedidos. Eu conheço casais maravilhosos nessa situação. Mas ambos os parceiros só devem seguir em frente quando deixarem as coisas bem claras.
Estatisticamente, casamentos assim são mais propensos a terminar em divórcio, em grande parte por causa do tipo de intolerância e pressão que você mencionou. Essa situação pode levar a conflitos e tentativas de controle que não são nada saudáveis, além do conflito por causa da divergência de valores.
Os casais inter-religiosos que prosperam tem um respeito mútuo pelas crenças, práticas e culturas uns dos outros. Conheço uma mulher santo dos últimos dias e um judeu que são muito felizes no casamento, mas isso ocorre porque ambos praticam abertamente sua fé, têm respeito mútuo pelas doutrinas e tradições um do outro, e nenhuma das duas é dada preferência na família. Seus filhos ganham presentes de Hanukkah e Natal! Eles leem o Torá, a Bíblia e o Livro de Mórmon e podem escolher de acordo com sua consciência.
Então, seu parceiro não precisa acreditar no que você acredita, mas se ele não permite a expressão de suas crenças na presença dele ele está claramente dizendo: “Eu amo partes de você, mas não toda você.”
Você diz que ele é um bom homem, então eu darei a ele o benefício da dúvida, mas eu não ficaria surpreso se esse comportamento controlador aparecesse em outras áreas também. Mesmo que isso não aconteça, o que você está sacrificando por esse relacionamento? Vale a pena? Você está disposta a desistir das bênçãos do evangelho restaurado, não porque ele não acredita nelas, mas porque ele pretende limitar sua capacidade de recebê-las?
Sinto que devo compartilhar um ensinamento do Salvador:
“Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a sua vida por minha causa, achá-la-á.”- Mateus 10: 37-39
Se essas palavras forem muito duras, converse com o Senhor, mas lembre-se quando fizer isso que “ Ele nada faz que não seja em benefício do mundo; porque ama o mundo a ponto de entregar sua própria vida para atrair a si todos os homens.”( 2 Néfi 26:24 ).
Todos os ensinamentos, mandamentos e princípios são para nosso benefício e alegria, principalmente os mais difíceis. Lembre-se do ensinamento do Profeta Joseph Smith:
“Todas as suas perdas serão compensadas, desde que continuem a ser fiéis”
Lembre-se da promessa do Senhor Jesus Cristo:
“Por agora não podeis, com vossos olhos naturais, ver o desígnio de vosso Deus com respeito às coisas que virão mais tarde nem a glória que se seguirá depois de muitas tribulações. Pois após muitas tribulações vêm as bênçãos.” (Doutrina e Convênios 58: 3-4).
Casar-se com esse homem significa sacrificar sua atividade na Igreja e sua alegria de viver com alguém que compartilha da mesma crença. Eu conheço pessoas que não acham que é um problema viver assim. Elas estão apaixonados por alguém de uma religião diferente e querem compartilhar sua vida com essa pessoa. Por mim tudo bem. As pessoas têm o arbítrio para fazer suas escolhas. Eu conheço casais assim que são extremamente felizes.
Mas os Beatles estavam errados quando cantaram “o amor é tudo o que você precisa”. Você também precisa da liberdade para acreditar e praticar essas crenças. Você precisa da capacidade de deixar a sua luz brilhar. Meu conselho? Diga a esse homem que, para esse relacionamento dar certo, você está aceita as crenças dele, mas ele tem aceitar você praticar suas crenças como uma santo dos últimos dias. Se você não fizer isso, você vai estar aceitando que ele te silencie em qualquer discordância futura. Isso não é uma base de um casamento feliz. Se ele não conseguir seguir em frente com esses termos, terminar o relacionamento agora pode doer, mas também poupará você de um sofrimento maior no futuro.
Deus abençoe vocês dois. Desejo a ambos a capacidade de viver fiel às suas crenças.
Esta é uma tradução do artigo escrito originalmente por Jonathan Decker e foi publicado no site ldsliving.com com o título “Ask a Latter-day Saint Therapist: How Can I Make My Interfaith Relationship Work?”.
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