Religião se discute? Veja os parâmetros para discutir fé e religião sem ofender
Todo mundo já ouviu que gosto, religião e futebol não se discutem. Bem, não é bem assim. Mas sabemos qual é “sabedoria” por trás deste ditado popular. Muitas vezes as discussões sobre estes temas são baseadas em senso comum, desprovidas de argumentos e evidentemente ofensivas. A pessoa que inicia a discussão tem a pretensão de convencer a outra, e acaba exagerando em suas colocações, de modo a produzir contenda. É verdade também que a pessoa que não começou a discussão, mas esta de algum modo envolvida coloca “mais lenha na fogueira”.
Muitos de nós já nos envolvemos em discussões sobre diversos temas – desde se um filme é bom ou não, até se determinado partido ou candidato político é mais adequado. Os efeitos negativos das discussões podem gerar magoa, tristeza, desconfiança e até separação. Alguns deixam de falar com membros da própria família após um debate intenso.
Eu não preciso me estender sobre isso. Todos sabemos como uma discussão pode levar a problemas. Até mesmo guerras entre nações podem começar com um simples desentendimento. Mas o que quero enfocar é que debater sobre religião não é errado, e até pode se tornar algo prazeroso e aumentar a paz em um mundo confuso.
Importância de discutir religião
Debater religião não é o mesmo que debater qualquer outra coisa. Se você debate sobre a Terra ser plana ou não – pode recorrer a experimentos e dados científicos. A religião, quando levada ao debate se aproxima mais do questionamento filosófico, do que das indagações cientificas. Muitas vezes as perguntas serão mais importantes que as respostas. Contudo, religião não é filosofia. É verdade também que debater religião apenas em termos teologicos – por meio da história, arte, cultura ou política é apenas produzir um debate marginalizado.
O debate religioso é sumamente importante. Se não o fosse muitos não seriam convertidos aos caminhos da verdade, e vários eventos históricos – que inclusive prepararam a Restauração – não teriam acontecido. Pense apenas em um neste momento: Se Martinho Lutero não tivesse levado adiante seus questionamentos e enfrentado a igreja católica, a Reforma nunca teria acontecido e provavelmente muitos dos avanços econômicos e tecnológicos não teriam concretizado. O mundo estaria nas trevas.
O que é discutir religião
A discussão de temas da religião precisa envolver os dogmas ou doutrinas, os ritos ou ordenanças. É preciso falar da fé, e dos motivos que levam as pessoas a crer e a não crer. Essa discussão não é igual a qual sabor de sorvete é melhor. Debater sobre religião não é comparar uma a outra e impedir conclusões, usando a falácia de que tudo sempre será subjetivo.
Discutir religião é entrar em assuntos da alma – enfrentar questões importantes – as mais importantes de todas, como por exemplo: de onde viemos, porque estamos aqui e para onde vamos. São assuntos que ciência e filosofia não adentram, a não se de modo tímido. A religião se debruça sobre símbolos e aspectos da existência humana. A religião dá repostas e prove significado – mas a maneira aparentemente impositiva das respostas não impede que a mente humana questione. De fato, os grande mestres religiosos de todos os tempos ponderar e questionaram a realidade que os cercava, que incluía as crenças pessoas que tinham.
Onde o debate religioso tem lugar
Esse debate sobre religião precisa acontecer primeiro em âmbito interno. O exemplo perfeito disso é o jovem Joseph Smith. Ele observava ensinamentos diversos e opostos entre os mestres cristãos de sua época. Sua própria família estava dividida. Ele recorreu a Bíblia, e achou uma passagem que o incentivava a recorrer a Deus. Essa sede pela verdade o levou a enfrentar até mesmo o diabo, e ele recebeu uma luz maior do que imaginava – dando-lhe entendimento sobre religião.
Cada um de nós precisa enfrentar questões da alma nos salões de nossa mente. Os questionamentos podem iniciar cedo ou tarde, podem ser intensos ou não – mas eles virão a todos no mundo. O véu que cobre nossa lembrança pré-mortal não impede que tenhamos o desejo de saber. Talvez ele até seja um incentivo para pedir, buscar e bater.
Nessa busca é útil buscarmos respostas em bons livros, cujos autores procuraram insistentemente a verdade. Para nós, as escrituras contém a Palavra de Deus, e são uma fonte inestimável para debatermos conosco mesmo e com outros.
Depois podemos ouvir com atenção as considerações alheias. E então ponderar. O respeito pela visão do outro nunca deve ser deixado de lado. E se somos objetos de proselitismo, devemos aceitar com gratidão os preciosos ensinamentos, até para podermos ministrar do mesmo modo no futuro.
Esses são apenas alguns parâmetros de cordialidade e bom senso que devemos levar ao debater religião. O Senhor nos deu outros bem específicos que nos guiam no debate. eles estão em Doutrina e convênios 71:4-11:
- Portanto, trabalhai na minha vinha.
- Chamai os habitantes da Terra e testificai e preparai o caminho para os mandamentos e revelações que hão de vir.
- Ora, eis que isto é sabedoria; aquele que ler, que compreenda e também receba;
- Pois ao que recebe será dado mais abundantemente, sim, poder.
- Portanto, confundi vossos inimigos;
- convidai-os para debater convosco, tanto em público como em particular; e, se fordes fiéis, a vergonha deles será manifestada. Portanto, que exponham eles seus fortes argumentos contra o Senhor. Em verdade, assim vos diz o Senhor: Arma alguma que se forme contra vós prosperará; E se contra vós algum homem erguer a voz, em meu próprio e devido tempo será confundido.
- Portanto, guardai os meus mandamentos; eles são verdadeiros e fiéis.
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