Por que a espada de Labão era tão importante para os líderes nefitas?

“Eis porém que o rei Benjamim reuniu seus exércitos e fez-lhes frente; e combateu com a força de seu próprio braço, com a espada de Labão ”

Palavras de Mórmon 1:13

Saber

A partir do momento em que Néfi tirou a espada de Labão de sua bainha e o matou com ela, a espada teve um significado especial para a nação nefita. O Livro de Mórmon faz referência à espada de Labão em várias ocasiões. Por exemplo, Néfi disse que, para proteger seu povo, ele tomou “a espada de Labão; e com esse modelo [fez] muitas espadas” (2 Néfi 5:14).

Jacó observou que Néfi empunhou “a espada de Labão em sua defesa” (Jacó 1:10). Mórmon mencionou que o rei Benjamim “combateu com a força de seu próprio braço, com a espada de Labão” (Palavras de Mórmon 1:13). E em Mosias 1:16, aprendemos que Mosias recebeu a espada de Labão do rei Benjamim.

À luz dessas passagens, alguns podem, com toda a razão, imaginar o que havia de tão especial na espada de Labão. No mundo antigo – incluindo o antigo Israel – as espadas eram frequentemente vistas como um símbolo de autoridade, realeza ou favor divino. Parece que isso é precisamente o simbolismo que Néfi pretendia quando descreveu as circunstâncias sob as quais ele obteve a espada de Labão.

David e Golias por Guillaume Courtois via Wikimedia Commons

Vários estudos mostraram que Néfi intencionalmente conectou seu assassinato a Labão com o assassinato de Golias por Davi e que, em ambos os casos, o evento significou o governo preordenado de um jovem herói. Além disso, em cada história, a própria espada tornou-se uma herança nacional, assim como um símbolo de libertação divina e legitimidade real. Brett Holbrook observou seis pontos semelhantes entre a espada de Labão e a espada de Golias:

  1. Cada espada foi originalmente empunhada por um homem poderoso.
  2. O dono de cada espada teve sua cabeça cortada com sua própria espada por um jovem fiel.
  3. Cada espada foi artesanalmente produzida em sua época e era única.
  4. Cada espada era reverenciada pela população.
  5. Cada espada foi usada conduzir as pessoas.
  6. Cada espada era um símbolo de autoridade e realeza

Podemos também dizer que ambas espadas foram consideradas como tesouros em suas respectivas nações. A espada de Golias foi mantida com o Sumo Sacerdote Judeu que também estava responsável pelo Urim e o Tumim (1 Samuel 21:9). Entre os nefitas, a espada de Labão foi preservada com as placas de latão, os intérpretes, o peitoral, a Liahona e o próprio Livro de Mórmon (Mosias 1:16; Doutrina e Convênios 17: 1).

A espada de Labão por Jody Livingston

Noel B. Reynolds argumentou que “Néfi organizou cuidadosamente o que escreveu para convencer suas próprias gerações e as gerações futuras de que o Senhor o escolhera entre seus irmãos mais velhos para ser o sucessor de Leí. Assim, uma maneira interessante de ler os registros é através de um tratado político produzido para mostrar que seu governo era autoritário”.

O modo como os reis nefitas reverenciavam a espada de Labão apoia significativamente a tese de Reynold. Na narrativa de Néfi, a espada de Labão desempenhou um papel fundamental ao anunciar seu governo futuro e legitimar seu chamado divino como “governante e mestre de [seus] irmãos” (1 Néfi 2:22). A história da obtenção espada é carregada com significado político, bem como simbolismo espiritual.

O porquê

Compreender por que os nefitas reverenciavam a espada de Labão também explica por que ela foi incluída entre as relíquias nefitas mostradas às Três Testemunhas pelo anjo Morôni. Antes de morrer, Martin Harris testificou: “Tão certo quanto você vê o sol brilhando, tenho a mesma certeza de que fiquei na presença de um anjo de Deus com Joseph Smith e o vi segurando as placas de ouro em suas mãos. Eu também vi o Urim e Tumim, o peitoral e a espada de Labão”.

David Whitmer disse que um “personagem glorioso apareceu à eles e mostrou-lhes as placas, a espada de Labão, os instrumentos que mostravam a direção que foram dados a Leí (chamada Liahona), o Urim e Tumim e outros registros”.

A espada de Labão simbolizava a mão de Deus na fundação da nação nefita e em libertá-los de seus inimigos. Em nossos dias, ela ajuda a legitimar o chamado de Joseph Smith como um profeta e demonstra a mão de Deus na Restauração da mesma forma. Sua realidade física – como testemunhada pelas Três Testemunhas – apóia a realidade histórica dos profetas nefitas que escreveram o Livro de Mórmon, bem como as alegações de Joseph Smith sobre sua tradução divina.

Réplicas por David A. Baird. Fotografia de Daniel Smith

A espada também simboliza a importância de bons líderes. Néfi disse que, para proteger seu povo, ele tomou “a espada de Labão; e com esse modelo [fez] muitas espadas” (2 Néfi 5:14). E Jacó, logo depois de mencionar o uso da espada de Labão por Néfi, disse que “os que governassem em seu lugar fossem chamados, pelo povo, de Néfi segundo, Néfi terceiro e assim por diante, de acordo com os governos reais” (Jacó 1:11).

Assim como a espada de Labão era um modelo para outras espadas, Néfi era um modelo para os reis justos. Tanto o nome de Néfi quanto sua espada tornaram-se inseparavelmente ligados à monarquia nefita inicial, cada qual servindo como modelos de alta qualidade para outros seguirem.

O mais importante é que a espada de Labão pode nos ajudar a lembrar de seguir os mandamentos do Senhor e os sussurros do Espírito (1 Néfi 4: 6). Néfi conquistou seu inimigo e mostrou com seu status de governante no futuro, confiando plenamente no Senhor e diligentemente seguindo Seus mandamentos, mesmo quando outros queriam desistir e retornar de mãos vazias (1 Néfi 3:14). Da mesma forma, a espada de Labão é um símbolo permanente da disposição de Deus de “preparar um caminho” para cada um de nós “cumprirmos as ordens do Senhor” (v. 7).

Fonte: Book of Mormon Central

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