Minha vida após o divórcio: O que aprendi depois de conhecer 50 pessoas

Depois de um casamento de 8 anos e do divórcio, decidi que estava pronta para conhecer novas pessoas, mas sabia que precisava praticar. Após a decisão, compartilhei com as minhas melhores amigas que eu havia feito uma meta não muito comum para 2019: Eu teria 50 primeiros encontros.

Ela responderam, “Até parece que você faria isso!” A inspiração para a ideia veio do filme Como se fosse a primeira vez, estrelado pela Drew Barrymore e pelo Adam Sandler. Lucy, a personagem de Drew, tem Amnésia anterógrada por causa de um acidente de carro, o que a impede de formar novas memórias. Todos os dias, ela acorda como se fosse o dia do acidente. Henry, o personagem de Adam, se apaixona por Lucy e a leva em 50 ‘primeiros encontros’, para que ela se apaixone por ele todos os dias, já que ela não se lembra dos dias anteriores.

Pensei que seria uma loucura, porque teria que ser um encontro por semana, já que o ano tem 52 semanas. No final, minha meta era menos maluca do que a do Adam. Não acham? Comecei com uma planilha no Excel, para fazer um acompanhamento de tudo.

Sim, minhas amigas tiraram sarro de mim dizendo, “Você é tão estranha!” Eu dei risada e respondi, “Como vou fazer um acompanhamento?” Então, comecei a utilizar um aplicativo de encontros para membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, chamado Mutual.

Sou uma mulher feliz e confiante, mas fiquei um pouco intimidada por começar a sair com pessoas novas. Eu me perguntava, “Por que um homem membro da Igreja sairia com uma mulher divorciada?” Minhas amigas respondiam, “Por que um homem membro da Igreja NÃO sairia com VOCÊ?!”

Conheço familiares e amigos que se casaram novamente e estão felizes, depois de passarem por um divórcio, então eu sabia que era possível… mas no início, isto era algo que me incomodava. Depois de sair com algumas pessoas, descobri que a maioria dos homens não se importavam por eu já ter sido casada.

Ao utilizar o Mutual, também tive a oportunidade de conhecer uma variedade de pessoas diferentes que eu não teria como conhecer de outra maneira.

Tive a oportunidade de sair com pessoas com diferentes experiências de vida como conversos, descendentes de pioneiros, inativos, pessoas que nunca se casaram e divorciados. Conheci homens nepaleses, africanos, americanos, japoneses, coreanos, brancos, brasileiros e havaianos. E as profissões deles incluem dentistas, planejadores de eventos, advogados, contadores, planejadores financeiros, e programadores.

Dentre os 50 encontros, 40 foram através do aplicativo Mutual, e eu tomei a iniciativa de convidar três homens. Dois tinham namoradas e disseram não, e um estava interessado em homens. E está tudo bem. Não me arrependo de ter tomado a iniciativa. Viva a vida sem arrependimentos!

Estou com 29 anos, o mais novo com quem saí tinha 24 e o mais velho tinha 37. Mesmo sendo diferentes, todos os encontros eram parecidos em um ponto: nós tínhamos a oportunidade de conhecer um ao outro.

Então, o que aprendi depois de 50 encontros?

1 – Faça algo simples

“É por meio de coisas pequenas e simples que as grandes são realizadas.”  Alma 37:6

Depois de conversar com os meus amigos homem sobre o meu plano, eles me disseram, “Você só está fazendo isso para comer de graça.” Eu respondi, “Isso não é verdade. Eu quero conhecer alguém!” Na verdade, recusei muitos jantares. Eu sempre sugeria algo mais simples como comer um doce, ou tomar um chocolate quente ao invés de jantar. É mais barato e mais rápido.

Um dos meus encontros favoritos não teve nenhum custo. Foi em um domingo, já que minha semana havia sido agitada. Na verdade ele me convidou para comer um doce no sábado, mas eu estava ocupada, então sugeri, “Seria estranho se nos encontrássemos em um parque ou algo do tipo no domingo?” Nos encontramos e tudo o que fizemos foi conversar e caminhar.

Em um dos que menos gostei, saímos para jantar e depois fizemos outra atividade. Ele era um cara legal, mas aquele encontro parecia que nunca iria acabar, porque não tínhamos nenhuma química. Me senti em um encontro com uma planta. Sim, uma planta!

Não acredito que primeiros encontros devem ser em lugares caros ou devem ser longos. Se um casal se conecta, não é necessariamente por causa da atividade que estão fazendo juntos. A importância está na conexão entre eles.

2 – Seja positivo e tenha senso de humor

“Encontre felicidade em coisas simples e mantenha o senso de humor.” – Boyd K. Packer

Aprendi a me divertir mesmo se estivesse em um encontro com uma planta, ou com um cara super engraçado. Pude aproveitar os encontros com uma energia positiva! Aqueles homens estavam tirando um tempo de suas agendas para me encontrar, então fiz o meu melhor para ser gentil, feliz e mostrar quem eu realmente sou.

Algumas vezes, eu tinha que ter senso de humor quando me perguntavam “Por que você se divorciou?” Em minha mente, eu pensava que aquilo não era algo para se falar em um primeiro encontro. No entanto, eu sabia que aquela pergunta surgiria então eu sempre respondia de maneira simples para todos, incluindo amigos, pessoas da minha ala, e minha família. Eu sorria e respondia, “Ah, ele não gostava de queijo!”

Alguns olhavam para mim como se eu fosse maluca e pensavam que eu estava falando sério, e outros riam do sarcasmo. O primeiro que riu da minha resposta, foi alguém com quem eu senti uma boa conexão. Acabamos saindo juntos por 7 vezes! Nossas personalidades eram bem similares, mas ao conhecermos melhor um ao outro, percebi que seriamos bons amigos.

3 – Seja gentil

Todos os dias de nossa vida, temos oportunidades de demonstrar amor e bondade às pessoas a nosso redor.” – Thomas S. Monson

Desde o começo, eu queria ter uma atitude positiva. Eu disse a mim mesma que não iria sumir depois de um encontro. E mantive essa promessa. Eu sabia que ‘sumir’ é algo novo nessa nova maneira de conhecer pessoas, mas eu não havia percebido como era comum. Depois de conhecer 50 novas pessoas, entendo porque algumas pessoas somem depois de um encontro.

Passei por algumas experiências onde as pessoas não desistiam. Eles me perguntavam “Por que?” Eu respondia que não havia sentido nenhuma química, somente sentimentos platônicos e nada mais.

Um deles em particular foi difícil. Tínhamos saído duas vezes e ele queria ter um terceiro encontro. Eu estava pensando em dizer “Sim.” Então ele pediu para sair comigo sete vezes em quatro dias, mesmo depois de eu ter deixado claro que estava ocupada durante a semana e que estaria livre no fim de semana. Então, eu disse para ele que não estava mais interessada.

Eu disse para mim mesma que eu aproveitaria o momento para conhecer uma pessoa nova, mesmo que depois dos primeiros minutos eu soubesse que não daria certo. Este era o meu pensamento, mesmo quando eu não estava romanticamente interessada na pessoa.

A minha atitude era: “Ele é um Filho de Deus e o Pai Celestial o ama. O Pai Celestial se importa com a vida dessa pessoa, então eu também me importarei.”

Mesmo não sumindo nenhuma vez depois de um encontro, levei alguns ‘sumiços’. E está tudo bem. Não criei expectativas em como eles me tratariam. A primeira vez a pessoa desapareceu foi a pior.

Eu já havia conversado com ele por telefone algumas vezes antes do primeiro encontro e parecíamos ter uma boa química. Então nos encontramos para tomar um chocolate quente e conversamos por horas. Ao meu ver, o encontro havia sido bom. Nós rimos e falamos sobre vários assuntos.

Depois do encontro, ele me ligou e disse que queria sair comigo novamente, eu disse “Sim, vai ser legal.” Então, fui para o Havaí de férias com a minha família. Nós trocamos mensagens durante as minhas férias, mas não muito, porque eu estava viajando. Então quando voltei de viagem, liguei para ele e disse, “Oi, como você está?” Você não vai adivinhar o que aconteceu depois! Ele disse “Ah… hum…Ahhhhhhhhh!!!” E desligou. Eu dei muita risada!

Esse é um ótimo exemplo e onde eu pude por em pratica o ‘não me apegar a ninguém e não depositar a minha confiança em uma pessoa’, como o autor de Loving What, Byron Katie diz: Você não tem que gostar de mim, eu tenho.” E por acaso, ele tinha 30 anos. Pensei, acabou.

Não foi a minha experiência favorita, mas sou grata porque agora posso ter empatia pelas pessoas, porque sei como elas se sentem. Na verdade, eu estava indo a um outro encontro quando liguei para ele, então não demorei para seguir em frente. Ainda dou muita risada ao contar essa história.

4 – Seja vulnerável e honesto

“A honestidade é o compasso moral que guia as nossas vidas.” – James E. Faust

Quando fiz essa meta, eu sabia que eu precisaria estar vulnerável. Eu tinha chances de me magoar. Também havia estabelecido que se eu conhecesse alguém com quem eu quisesse me relacionar, eu não precisaria terminar a minha meta. E para ser honesta, eu me machuquei.

Por exemplo, quando alguém sumia sem falar comigo novamente, ou quando eu conhecia alguém e me frustrava porque após alguns encontros não sentia nada além de sentimentos platônicos. Eu não havia decidido que seria honesta apenas com eles, mas eu precisava estar atenta e ser honesta comigo mesma. Eu não só me perguntava, “Ele gosta de mim?” mas também “Eu gosto dele?”

Houveram muitas situações onde eu me deixava vulnerável porque eu queria aprender sobre conhecer pessoas e também sobre mim mesma. Mesmo se eles não estivessem interessados, se demonstrassem sinceridade e uma boa comunicação, isso mostraria maturidade. Tentei fazer o mesmo ao respeitar os sentimentos e o espaço deles.

Para ser gentil era preciso ser compreensiva e entender a maturidade deles. Quando isso acontecia, eu me surpreendia com a habilidade deles de se comunicar – e isso também tornava fácil quando era preciso seguir em frente. Descobri que quando um homem era vulnerável e quando era capaz de perceber sua própria vulnerabilidade, isso era incrivelmente atraente. Então elaborei a seguinte afirmação:

“O que importa é a saúde emocional.”

Pelo menos na minha opinião! Era interessante observar outras pessoas descobrirem mais sobre si mesmas enquanto eu descobria coisas sobre mim mesma. Como Marianne Williamson disse, “É preciso ter coragem… para perseverar as duras planícies do autoconhecimento ao invés de escolher o caminho da dura dor da inconsciência que perduraria o resto de nossas vidas.” Eu diria que é muito valioso e recompensador!

5 – Curta estar solteiro

“Busque o que é bom em si mesmo” – Jeffrey R. Holland

Depois dessa experiência, ainda estou solteira. Mas… amo a minha vida!

Eu pude curtir estar solteira e pude fazer um monte de coisas divertidas, como viajar só com as amigas, passar um tempo com os meus amigos e familiares, praticar os meus talentos e aprender novos passatempos! Pude observar a minha própria consciência e aprender mais sobre mim mesma.

Essa meta me ajudou a viver o presente, a aproveitar os encontros, a minha vida, a melhorar o meu trabalho com workshops de saúde mental através da yoga, e a entregar a minha vida ao Pai Celestial.

Em meio a tudo isso, aprendi que quando chegar a hora certa e eu conhecer alguém, quero estar com alguém que pratica o autoconhecimento e tem uma atitude positiva. Se isto é algo que eu quero, faz sentido que eu espere o mesmo de mim mesma.

Conheci homens incríveis. Alguns são únicos, e alguns extremamente impressionantes. Sou muito grata por ter saído com cada um deles e porque fui surpreendida com novos questionamentos sobre mim mesma, sobre a minha vida e pude ouvir as histórias deles também.

Essa foi uma experiência que nunca esquecerei. Especialmente porque demorei a metade do tempo que eu achava que iria levar. Mas não planejo fazer isso novamente. Agora, meu plano é curtir enquanto estou solteira e ter fé de que acontecerá na hora certa. Devemos ter fé no tempo do Pai Celestial, não é?!

Fonte: LDSDaily

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