6 fatos mal interpretados sobre as mulheres e o poder do sacerdócio

Como uma jovem missionária, fui designada por meu pai, que era o presidente da estaca. Eu me perguntava como eu era capaz de pregar o evangelho para as pessoas maravilhosas de Los Angeles e não ter a autoridade do sacerdócio como os élderes tinham. Ensinei obedientemente o evangelho e senti a influência do Espírito fortemente, até mesmo ao exortar e prometer bênçãos, mas eu me perguntava como isso era possível.

Entendi que não fui designada para um ofício do sacerdócio e, portanto, não podia executar ordenanças do sacerdócio fora do templo, mas eu ainda sentia que eu tinha autoridade— uma missionária de tempo integral, designada pela devida autoridade e chamada por um profeta – para ajudar as pessoas a obter a salvação. Até senti, embora não entendesse como, que fui autorizada pelo Senhor a fazê-lo. Eis o que descobri sobre isso e cinco outros aspectos, que podem parecer confusos sobre o poder do sacerdócio e as mulheres.

1. As mulheres recebem autoridade do sacerdócio ao serem designadas

Em uma ocasião, me sentei ao lado de minha companheira, uma missionária sábia, experiente, humilde, digna, inteligente, que sempre buscava a verdade e destemida. Ela disse a uma pessoa que estava interessada na Igreja que “se ele não obedecer aos sussurros do Espírito Santo naquele momento, Deus iria cobrá-lo na próxima vida.” Embora nem sempre seja esse o caso, naquele momento, tanto aquele homem como eu, sabíamos e sentimos que ela falou com a autoridade de Deus. Ele foi batizado, e todos nós ficamos gratos.

Só anos mais tarde, quando ouvi o presidente Dallin H. Oaks falar sobre a autoridade do sacerdócio, percebi que os meus sentimentos sobre aquela ocasião estavam realmente corretos. Minha companheira e eu e todas as missionárias tinham a autoridade do sacerdócio, porque fomos chamadas e designadas por um presidente de estaca que possuía as chaves do sacerdócio para presidir, e nós estávamos servindo sob a direção do presidente da missão, que também possuía as chaves do sacerdócio para presidir os missionários.

Apesar de não termos sido ordenadas para o ofício de élder, que permite ao portador do Sacerdócio de Melquisedeque a batizar e confirmar, fomos designadas como missionárias de tempo integral, o que nos deu a autoridade de Deus para ensinar e trazer pessoas a Cristo.

2. Homens e mulheres possuem a mesma autoridade do sacerdócio em seus chamados

Ao ensinar este conceito aos meus alunos, muitas vezes lhes pergunto: “se uma estaca está organizando uma reunião com as presidências dos rapazes e das moças na qual nenhum membro da presidência da estaca esteja presente, e ninguém especificamente foi nomeado para presidir a reunião, quem preside?”

Pois tanto a presidente das moças da estaca e o presidente dos rapazes da estaca foram chamados e designados por alguém que possui as chaves do sacerdócio para presidir (o presidente da estaca ou um de seus conselheiros), tanto o presidente dos rapazes e a presidente das moças possuem a autoridade do sacerdócio em mesmo nível para seus respectivos chamados. Uma vez que nenhum deles detém as chaves para presidir, a menos que especificado por um portador das chaves do sacerdócio, nenhum deles preside sobre o outro.

Presidir então se torna uma decisão tomada pelos dois em conjunto.

3. Presidir em reuniões e em chamados na igreja não é algo determinado pelo gênero

Presidir na Igreja não depende do gênero nem mesmo da ordenação, mas é uma questão do funcionamento das chaves do sacerdócio para presidir.

Se um marido e uma esposa, por exemplo, fossem chamados para serem professores para a mesma classe da primária, nem o marido nem a esposa presidiriam sobre o outro na classe. Falar que o “sacerdócio preside” tem sido muitas vezes mal interpretado ao se entender que os homens possuem autoridade sobre as mulheres.

O sacerdócio não é um homem, e uma vez que tanto o homem quanto a mulher, neste caso, receberam a autoridade do sacerdócio por meio de quem detém as chaves do sacerdócio para presidir, ambos presidem na classe. Seria completamente apropriado que ou o marido ou a esposa chamasse alguém da classe para orar, e seria apropriado que cada um deles se revezasse ensinando a lição sem que nenhum deles dissesse quem faria o quê.

4. Os homens não representam mais “o sacerdócio” do que as mulheres.

Como o Elder Neil L. Andersen ensinou:

“Um homem pode abrir as cortinas para que a cálida luz do sol entre no quarto, mas ele não é proprietário do sol, da luz ou do calor que o sol proporciona. As bênçãos do sacerdócio são infinitamente maiores do que a pessoa que está encarregada de ministrar a dádiva.”

Recentemente, em uma reunião sacramental que participei, após o sacramento, o membro bispado agradeceu “os jovens por distribuir o sacramento.” Quase gritei de alegria, pois foi uma das primeiras vezes que ouvi um membro do bispado não agradecer “o sacerdócio por distribuir o sacramento.” Como o presidente Oaks e outros líderes repetiram inúmeras vezes, “os homens não são o sacerdócio.”

O sacerdócio não é algo que somos. É o poder de Deus que Ele dá a Seus servos para o benefício dos outros. Ao mesmo tempo, também seria incorreto agradecer o sacerdócio depois que as moças cantassem um hino. O sacerdócio não cantou e o sacerdócio não distribui o sacramento. As pessoas cantaram e as pessoas distribuíram o sacramento!

5. A autoridade do sacerdócio é limitada pela lei para homens e mulheres

Quando eu estava servindo como presidente das Moças da estaca, lembro-me de muitas vezes ouvir o que as outras presidentes das Moças de outras estacas estavam fazendo com suas moças. Embora ficasse agradecida pela ajuda de outras líderes de outras estacas, reconheci que tinha a autoridade do sacerdócio para liderar as moças de minha estaca, que me foi dada pelo presidente da estaca que possui as chaves do sacerdócio para presidir. Eu precisava receber revelação para as minhas moças. Este seria o caso de todos os líderes e membros com vários chamados.

A autoridade do sacerdócio também é limitada pelo tempo. Pouco tempo depois de ser chamada para ser a presidente das Moças da estaca, eu fui falar com a presidente anterior para pedir a sua opinião e seu conselho. Embora ela tenha sido capaz de me dar muitas informações, que foi a base para grande parte da inspiração que eu precisaria no futuro, ela foi incapaz, por ter sido desobrigada, de receber a revelação para as moças.

Achei fascinante que durante o tempo em que fui presidente das moças, o Senhor me abençoou para ser capaz de lembrar os nomes das moças da estaca como eu nunca consegui antes e até me abençoou para me lembrar de muitas delas até os dias de hoje.

6. Tanto homens como mulheres recebem todas as bênçãos do sacerdócio

Citando o Presidente Joseph Fielding Smith, o presidente M. Russell Ballard instruiu cuidadosamente:

“As bênçãos do sacerdócio estão ao alcance de todos. Elas também são derramadas (…) sobre todas as mulheres fiéis da Igreja. (…) Deus oferece a Suas filhas todos os dons e todas as bênçãos espirituais colocados à disposição de Seus filhos homens”.

Assim, sempre que bênçãos associadas com o sacerdócio são prometidas a um portador do sacerdócio, essas bênçãos podem ser aplicadas a todos os membros que guardam seus convênios, incluindo mulheres não ordenadas a ofícios no sacerdócio. É importante que todos os membros da Igreja saibam que, independentemente da ordenação ao sacerdócio, eles podem ser abençoados para receber “tudo o que o Pai tem.”

Para aqueles que ensinam o evangelho, independentemente de gênero, Deus promete que Ele “irá diante de vós.” Ele também promete: “Estarei à vossa direita e à vossa esquerda e meu Espírito estará em vosso coração e meus anjos ao vosso redor para vos suster.” (Doutrina e Convênios 84:38, 88).

Na Igreja, é igualmente importante para as meninas e meninos entenderem o sacerdócio: a autoridade do sacerdócio, as chaves do sacerdócio, e o poder sacerdócio.

É importante não apenas para encorajar os meninos a se prepararem para ser ordenados a um ofício no sacerdócio, mas também ensinar os rapazes e as moças a serem dignos para que usem a autoridade do sacerdócio concedida a eles, para que possam ter o poder do sacerdócio ao servirem em seus chamados, talvez enquanto eles ainda estão na Primária.

Fonte: LDS Living

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