Você acredita que está em um lugar livre das armadilhas do inimigo? Tome cuidado.
Os espetáculos da natureza são incríveis. Com os drones e a tecnologia de satélite, somos capazes de vislumbrar animais raros em seu habitat, desde as montanhas do Tibete até os oceanos mais profundos do Pacífico.
E nos maravilhamos com suas habilidades. Sejam os guepardos incrivelmente rápidos como os que o Élder David A. Bednar mencionou durante a última Conferência Geral, ou os polvos inteligentes que abrem trancas e esgueiram-se pelo aquário, ou os anfíbios da floresta tropical que mudam de cor como um show de luzes de laser, que nos surpreendem.
Cada animal parece estar equipado com técnicas de sobrevivência inacreditáveis. E uma coisa que todos fazem é observar atentamente ao perigo.
Como os suricatos que vivem em grupos sociais, certos adultos se revezam em busca de predadores. Eles permanecem alertas e vigilantes, como se estivessem em uma zona de guerra.
E eles realmente estão em uma espécie de zona de guerra, porque as tribos vizinhas são uma ameaça constante. As criaturas protegem seu território, seus companheiros e sua comida.
Os animais protegem seus filhotes ainda mais ferozmente. Toda a noção de ‘inimigo’ é bem séria.
Até pensarmos em seres humanos. E talvez seja aqui que coletivamente não estejamos utilizando toda a nossa inteligência, porque somos muito menos vigilantes nesse aspecto.
Certamente usamos melhores ferramentas, fazemos música, construímos hospitais, rimos de piadas, compartilhamos histórias, fazemos muitas coisas que os animais não fazem. Mas falhamos miseravelmente em afastar o inimigo.
Enquanto os cervos têm absoluta concentração nas pastagens onde um guepardo pode estar escondido, ouvimos uma linguagem questionável em um filme e damos desculpas. “É apenas uma cena”, racionalizamos.
Logo nos tornamos dessensibilizados, até defensivos sobre nossas escolhas. E nossos maravilhosos cérebros também conseguem descartar outras ameaças à nossa segurança espiritual.
Não nos importamos com a frequência à igreja. Justificamos a falta de recato no pensamento e na ação. Caímos na cama cansados demais para orar.
Pegamos nossos telefones celulares para olhar o Instagram, em vez de nossas escrituras para ver o que Deus quer nos dizer. Todos nós somos presas das táticas sutis de Satanás.
E como ele não sai de seu esconderijo e nos mata ali mesmo, pensamos que estamos a salvo. Estamos no topo da cadeia alimentar. Por que devemos nos preocupar?
Infelizmente, Satanás também também está no topo de sua cadeia alimentar. Só que não é uma cadeia alimentar, porque ele não tem corpo físico. Talvez seja uma cadeia de maldade.
De qualquer maneira, ele dominou a arte de enganar a humanidade. E ele tem milhões e milhões de ajudantes.
Satanás se disfarça melhor do que qualquer animal nessa terra. Ele pode disfarçar o mal como uma inocente diversão, atraindo-nos para a destruição absoluta.
Então, quando tentamos sair do abismo, ele nos convence que é tarde demais – não podemos reverter nossas más escolhas. Deus não nos quer. Estamos condenados para sempre.
Deveria haver um programa sobre a natureza humana, mas filmado por visitantes marcianos ou de qualquer outro lugar.
Nesse programa nos veríamos pulando alegremente, tentando nos encaixar na multidão popular, acreditando em todos os anúncios que vemos e completamente alheios às necessidades de outros humanos ao nosso redor.
E de repente – porque eles editarão o tempo que Satanás leva para nos atrair – nos veremos completamente infelizes, envolvidos em vidas superficiais e relacionamentos ruins, dominados pelo vício, pela raiva e pela auto piedade, orgulhosos e implacáveis, completamente sem compaixão e culpando Deus por tudo aquilo. Ou dizendo que isso prova que Ele não existe.
Ou… podemos decidir que somos melhor do que isso. Já temos “vigias na torre”, nosso Profeta o Presidente Russell M. Nelson e os Apóstolos.
Podemos dar ouvidos às palavras desses líderes para colocarmos nossas vidas em ordem e fortalecer nossas fronteiras.
Podemos aprender as táticas do inimigo. Eu já disse isso antes e vou repetir: não há nenhum manual que seja melhor do que O Livro de Mórmon para explicar exatamente como Lúcifer arma as suas armadilhas. E não há nenhum manual que seja melhor para nos mostrar como evitá-las e a como vencer o mal.
Podemos nos dedicar a proteger nossos jovens. Precisamos conhecer quem são os professores que cuidam de nossos filhos, enquanto trabalhamos. Precisamos entender o sistema de ensino que as escolas aplicam e saber a que tipos de conteúdo eles estão sendo expostos.
Também precisamos conhecer a nós mesmos e as nossas vulnerabilidades. Quando há predadores por perto, as criaturas marinhas lentas têm conchas e recifes onde podem se esconder, ou se enterram no fundo do oceano.
Outros animais usam camuflagem, armaduras, velocidade, garras, penas afiadas, veneno – várias outras maneiras de escapar do perigo.
Os caracóis não tentam correr. Os peixes não tentam se esconder em uma floresta. Eles conhecem suas limitações. E como eles, devemos saber onde somos suscetíveis.
Se a pressão de nossos colegas sempre nos provocou, devemos nos armar contra ela. Busque aconselhamento. Descubra como parar de se importar tanto com a aprovação dos outros.
Se você tende a ouvir a pessoas que só sabem apontar falhas que diminuem a sua fé, pare de acreditar nelas mais do que acredita no Espírito Santo.
Se sua fraqueza é a desonestidade no local de trabalho, questões de moralidade, complacência, egoísmo, ciúme, temperamento, rancor – seja lá o que for – admita-a para si mesmo e busca pela ajuda necessária.
E a solução pode estar em um terapeuta profissional, pode incluir amigos de confiança que podem te ajudar em seus objetivos.
E, acima de tudo, deve incluir oração, jejum e o estudo diligente das escrituras. É assim que podemos nos armar contra o adversário. É assim que abrimos os canais de revelação e ouvimos o que Deus quer que façamos.
Que decisões devemos mudar? Que pessoas devemos evitar ou nos achegar? O que devemos aprender com os desafios da vida, para construirmos a força de que precisamos? E como podemos derrotar Satanás?
Devemos perdoar a nós mesmos quando cometemos erros. Não devemos acreditar na mensagem de que somos ruins demais para sermos perdoados, falhos demais ou desagradáveis demais.
Precisamos nos achegar a Cristo, que nos redimiu, e confiar em nosso valor eterno. Podemos lembrar que Deus sabia que iríamos errar.
É por isso que precisamos da expiação de Cristo. Aqui nunca foi o lugar para ser perfeito e cheio de pessoas perfeitas, mas sim, um mundo cheio de humanos imperfeitos.
Nosso inimigo é invisível, e vai se esgueirando e se aproximando mais do que imaginamos. Mas nossos maiores aliados também não são vistos e são ainda mais poderosos: o Pai Celestial, o nosso Salvador Jesus Cristo e o Espírito Santo.
Os líderes nos disseram que também temos um número incontável de ancestrais e entes queridos que estão além do véu, que podem nos elevar e nos ajudar a triunfar.
Certamente, podemos fazer um trabalho tão bom quanto o que os animais do mundo fazem, ao ter cuidado com nossos inimigos. Vamos lembrar que essa batalha é espiritual, então vamos usar nossa inteligência e espiritualidade para fazer um bom plano e segui-lo.
Fonte: Meridian Magazine
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