A grande lição que aprendemos com José, o pai adotivo de Jesus

José é um dos meus personagens favoritos da história de natal. Acho que é devido ele não só ter mostrado uma obediência incrível, mas ainda mais importante ele demonstrou grande bondade e perdão àqueles ao seu redor.

José, o pai adotivo de Jesus Cristo, é também um dos personagens mais omitidos da vida do Salvador. Mesmo assim, não há dúvidas de que José causou um impacto profundo em Jesus, Maria, e em seus outros filhos. Ele era um homem de convicção sólida. Seu amor por Maria, a mãe de Jesus, é inigualável.

Porque menções de José são feitas em apenas 4 capítulos da Bíblia e ele muito provavelmente morreu antes do ministério do Salvador, nós geralmente passamos por ele e tristemente perdemos o a oportunidade de admirar seu testemunho poderoso que ele deixou do seu filho adotivo, o Messias do mundo.

Conhecemos relativamente poucos detalhes de José pelas escrituras, mas aprendendo o contexto histórico da vida em Israel, podemos desenhar melhor uma bela imagem de seu caráter.

Linhagem Real

Ele era da tribo de Judá, e em particular um descendente direto do Rei Davi (Mat. 1:20). Isso poderia dizer que ele, pelo menos em algum grau, tinha o direito legal ao trono. Consequentemente, qualquer um dos seus descendentes, inclusive Jesus por adoção, teria esse mesmo status.

A despeito da sua linhagem real, as escrituras nos contam que José era só um pobre carpinteiro ou artesão por profissão. José é comumente retratado em arte trabalhando com madeira, mas devido o número limitado de árvores em Israel, e pedra ser um recurso bem mais abundante, José teria na verdade sido carpinteiro de, na maior parte, pedra.

De acordo com costume judeu, sabemos que José era muito novo. De fato, ele provavelmente tinha 17-20 anos de idade quando desposou-se com Maria. Também sabemos que desde bem cedo, José foi treinado na lei em sua sinagoga e que ele tinha um entendimento profundo das escrituras por causa da sua maneira fiel e misericordiosa de obedecer à lei.

Costumes da época

Para melhor compreendermos a significância da história de José e Maria, seria bom entendermos os costumes de casamento no tempo do Novo Testamento. Casamentos judeus de antigamente incluíam três partes principais: o noivado, o período de preparação e a festa matrimonial propriamente dita.

A jovem noiva, tipicamente entre 11 e 13 anos de idade, seria formalmente prometida a um noivo de mais ou menos 17 a 20 anos. Comparado a um noivado hoje em dia, era um comprometimento bem mais significativo. A noiva e o noivo estariam legalmente casados no noivado ao trocarem votos matrimoniais, com diferença de que o casamento não seria consumado e o casal não moraria junto. O período de espera e preparação se seguiria no qual o noivo aprenderia uma profissão — no caso de José, pedreiro de alvenaria e carpintaria — e construiria uma casa pequena para sua futura esposa.

As duas famílias se preparariam também para a festa de casamento. Diferente dos dias de hoje com a conveniência da lojas em cada esquina, tudo para o casamento seria feito à mão, plantado, criado ou trocado no mercado, incluindo colher toda a comida, fazer os mantos e vestidos de cada participante, e outras preparações necessárias.

Essa enorme quantidade de preparativos mostra que era muito comum aguardar um ano inteiro antes do banquete realmente acontecer. Uma vez pronto, o noivo iria para a casa de sua noiva e a longa procissão com sua família e amigos com tochas e lâmpadas. Daí ele tomaria sua noiva para a casa de seu pai onde a festa e banquete aconteceria e o casamento seria consumado. O banquete matrimonial era gigantesco e geralmente durava por sete dias – mais um motivo para uma preparação de um ano todo!

Com essa compreensão do costume de casamentos, leiamos o que está escrito no evangelho de Mateus:

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se unirem, achou-se grávida do Espírito Santo.” (Mateus 1:18)

De acordo com a Lei de Moisés, se um rapaz descobrisse que sua noiva estava grávida antes do seu casamento, ele tinha duas opções. A primeira, ele poderia se divorciar dela publicamente, ou seja, ele levantaria um processo contra ela perante a corte. Se fosse encontrada culpada, ela seria apedrejada até a morte.

Segundo, o noivo poderia se divorciar secretamente, ou em outras palavras, ele não prestaria queixas formais contra ela, mas simplesmente acabar com o casamento. Nessa situação, ambos a vida da mãe e da crianças seriam preservadas. Ambas opções eram legais sob a lei. Mateus nos conta que José escolheu ser misericordioso “e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente.” (Mateus 1:19)

Adoção na tradição judaica

No entanto, antes de José fosse capaz de se divorciar de Maria, um anjo do Senhor apareceu a José em um sonho, lhe dizendo que tomasse Maria por sua esposa. O anjo também informa José de que ele deveria nomear o bebê Jesus. Nomeando a criança, de acordo com tradição judaica, José formalmente adotaria Jesus como seu próprio filho.

Nós normalmente passamos por cima desses versículos, mas as implicações são grandiosas para José! Considere essa história da perspectiva dos moradores de Nazaré os quais saberiam que Maria ficou grávida antes do casamento. Tomando ela como sua esposa, José está dizendo que ou ele quebrou seus próprios votos e engravidou Maria antes da festa de casamento, ou que ele não se importava de ser o pai de o que o povo consideraria um filho ilegítimo.

Qualquer das opções rotulariam para sempre como um pai de passado questionável. Ainda assim, o texto parece inferir que José deu de ombros essas consequências cruéis, e no momento que ele acordou de seu sono, fez exatamente o que o anjo ordenou.

O amor e compaixão que José demonstrou por Maria e ao ainda não nascido Messias é absolutamente incrível. Ele ignorou todas as consequências culturais de se casar com Maria, renunciou a elaborada festa de casamento pelo qual todo casal jovem ansiava, e tomou o infante e inocente Salvador do mundo como seu próprio filho.

Verdadeiramente, Deus não poderia ter escolhido um homem melhor para criar Seu próprio Filho que José, um humilde carpinteiro. Embora não tenhamos registro das palavras e testemunho de José, seus atos de obediência, bondade, e amor falam bem alto sobre o caráter deste homem notável e seu testemunho do Salvador. Como seguidores de Cristo, podemos aprender muito com José o carpinteiro.

Escrito por Daniel Mauricio

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