A incrível conversão e vida do Capitão Dan Jones
As perseguições antimórmon podem converter pessoas à Igreja. Tal como foi o caso de Dan Jones, um dos missionários mais bem sucedidos do evangelho restaurado.
Além de seu famoso serviço missionário, Dan Jones recebeu a última profecia de Joseph Smith, ajudou a estabelecer a base para o Coro do Tabernáculo, se tornou líder da Igreja em Utah e até foi prefeito em Manti, Utah.
Uma pintura de Dan Jones pregando o evangelho no País de Gales está na primeira página da primeira lição do Pregar Meu Evangelho.
E tudo isso aconteceu enquanto a Igreja sofria uma perseguição severa em Nauvoo, Illinois, durante a década de 1840.
Na verdade, um dos maiores críticos da Igreja, Thomas Sharp, um homem que seria julgado pelo assassinato de Joseph Smith, levaria Dan Jones, um dos missionários mais bem-sucedidos da restauração, ao evangelho.
Um perseguidor inspira uma conversão
Jones se interessou pelo evangelho em 1843 em St. Louis, Missouri. Ele nasceu em 1810 no norte do País de Gales, Dan trabalhou nas minas de chumbo locais quando jovem e então decidiu se tornar marinheiro.
Em 1840, ele e sua esposa Jane viajaram para a América, onde ele se tornou capitão de um barco. Por causa de seu emprego, ele recebeu o título de “Capitão” e era conhecido desta maneira tanto dentro quanto fora da Igreja, e pelo resto de sua vida.
Foi enquanto trabalhava como capitão de um barco que ele começou a ouvir sobre A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que havia se estabelecido em Nauvoo, Illinois, cerca de 300 quilômetros ao norte.
As primeiras informações que Dan recebeu foram artigos do impetuoso editor do jornal antimórmon Warsaw Signal, Thomas Sharp.
Sharp publicou seu artigo no sul de Nauvoo e esses artigos eram frequentemente reimpressos por todo o país.
Sharp tornou-se o líder daqueles que se opunham ao Profeta Joseph Smith e à Igreja. Sharp costumava publicar informações negativas, de ódio e erradas sobre a Igreja e seus líderes, ao ponto de Joseph Smith escrever em seu diário que Sharp “dedicou todo o seu tempo para caluniar, mentir e deturpar os Santos dos Últimos Dias”.
Os artigos depreciativos de Sharp chamaram a atenção de Dan Jones. Jones começou a pesquisar sobre a Igreja depois de perceber que o que Sharp estava escrevendo não poderia ser verdade.
Pouco tempo depois, Dan conheceu os missionários e, em 19 de janeiro de 1843, foi batizado no gelado rio Mississippi.
Mais tarde, ao relembrar sobre os artigos de Thomas Sharp e depois sua própria conversão, Dan Jones escreveu: “Devemos agradecer a este Sharp pelas informações que obtivemos sobre os Santos. Pois foi lendo as acusações dele e de outros, que nossa atenção foi atraída para eles antes que os víssemos”.
Cerca de três meses após seu batismo, Dan conheceu Joseph Smith. Em sua primeira reunião, Joseph com 1,88m de altura e Dan com 1,68m, o profeta disse: “Deus ajude este homenzinho”.
Apesar da diferença de altura, os dois imediatamente se tornaram amigos e Jones se tornou um seguidor devoto da Igreja e do profeta. Dan mudou-se para Nauvoo, onde trouxe sua balsa, ‘A Dama do Iowa’, e continuou a trabalhar como capitão de seu barco.
Tudo isso trouxe muito aborrecimento para Thomas Sharp, que também possuía uma balsa concorrente e operava alguns quilômetros ao sul.
A última profecia de Joseph Smith
O profeta Joseph fez sua última profecia na noite anterior ao martírio. No andar de cima, na Cadeia de Carthage, em uma noite quente e abafada de final de junho, Joseph profetizou a respeito de Dan Jones.
O dom profético que Deus deu a Joseph Smith foi demonstrado repetidamente e testado pela última vez.
No cômodo de cima da prisão, Dan se viu no chão ao lado de Joseph enquanto um pequeno grupo estava de saída.
Enquanto ouviam o tumulto intermitente do lado de fora, incluindo um tiro ocasional, a conversa entre Joseph e Dan mudou para o tema da morte e se algum deles estava preparado para aquele momento.
Anteriormente, Dan havia sido chamado para servir missão no País de Gales e agora ele se perguntava se ao menos deixaria Carthage com vida.
Enquanto estava deitado no chão naquela noite, Joseph voltou-se para Dan e profetizou que Dan Jones “ainda veria o País de Gales e cumpriria a missão que lhe foi designada”. Eventualmente, os dois caíram no sono.
Na manhã seguinte, em 27 de junho de 1844, Dan foi convidado por Smith para ir a Quincy, Illinois, para buscar o advogado do profeta, O. H. Browning.
Quando Dan saiu da prisão, ele segurava papéis destinados ao advogado. Uma multidão próxima viu os papéis e temeu erroneamente que fossem ordens de Joseph pedindo à Legião de Nauvoo (que era a milícia da cidade) para resgatar Joseph e seu grupo.
Com a intenção de parar Dan, o grupo atirou contra ele, mas as balas milagrosamente não o atingiram.
Durante a emboscada e com que passavam balas zunindo por ele e seu cavalo, Jones se sentiu desorientado e seguiu na direção oposta ao advogado.
Ao fazer isso, Jones evitou outro grupo que estava determinado a matá-lo, um grupo que havia traçado o caminho correto que Dan deveria ter tomado.
Em suma, ao seguir pelo caminho errado, Dan Jones evitou um segundo atentado contra sua vida. Naquela tarde, Joseph e Hyrum foram assassinados.
Mais tarde naquela noite, Jones evitou um terceiro atentado contra sua vida. Ele havia embarcado em um barco que se dirigia para Quincy e foi parado e revistado por uma multidão enfurecida em Warsaw. Não foi nada menos que outro milagre, a turba não encontrou Jones que se escondia naquele barco.
Duas missões para Wales e o Coro do Tabernáculo
No ano seguinte, Dan iniciou a primeira de duas missões no País de Gales, onde ele e a Igreja enfrentaram forte oposição enquanto as igrejas locais pregavam e publicavam mentiras.
A imprensa local negou a Jones a oportunidade de responder aos ataques, então ele publicou seus próprios tratados e panfletos em galês.
Em 1846, Jones publicou um periódico intitulado “Profeta do Jubileu” e, ao fazê-lo, Jones se tornou o primeiro membro da Igreja a publicar literatura sobre o evangelho em uma língua estrangeira.
Dan Jones logo se tornou uma figura controversa no País de Gales. Para chamar a atenção, antes de visitar uma nova cidade, Jones enviava convites a líderes governamentais e religiosos proeminentes, alegando que estava indo à cidade para convertê-los.
Muitos foram por curiosidade. Alguns acreditaram e se converteram.
Alguns ministros disseram publicamente que queriam fazer com Dan Jones o que foi feito com Joseph Smith. Eles gritavam com Jones na rua, o ameaçavam fisicamente e o difamavam na imprensa.
Quando os conversos se uniram à Igreja, uma tempestade de oposição se solidificou contra a Igreja, e principalmente contra Dan Jones.
O reverendo Edward Roberts criticou o Profeta Joseph Smith por supostamente ter “mãos grandes” o que, Roberts afirmou, ajudou a provar que Joseph era uma fraude porque “significava que ele vivia bem”.
Jones foi um missionário ousado e feroz, que prestava um forte testemunho da restauração, ao declarar que Deus chamou Joseph Smith para ser um profeta.
Embora de baixa estatura, Dan era um poderoso orador. Ele era persuasivo. Fluente em inglês e galês, as pessoas diziam que ele tinha um incrível poder de tocar o coração de quem o escutava. Há um registro que diz que Jones conseguiu prender a atenção de seu público por mais de sete horas!
Às vezes, Dan chorava ao testificar sobre o chamado profético de seu amigo Joseph Smith. O Espírito da Verdade testificava de seus ensinamentos e centenas de pessoas acreditaram e foram batizadas.
Da mesma forma que a oposição ficava mais forte, as conversões aumentavam. Um convertido, William Howells, leu um dos folhetos missionários do Capitão Jones, acreditou e foi batizado.
O próprio Howells trouxe 100 pessoas à Igreja somente em seu primeiro ano de membro. Mais tarde, em 1849, ele se tornou o primeiro missionário na França.
Quando Dan terminou sua primeira missão em fevereiro de 1849, a Igreja tinha setenta e dois ramos e mais de 4.600 membros no País de Gales.
Embora nunca tenha sido chamado para o Quórum dos Doze Apóstolos, Dan Jones recebeu o apelido de “Apóstolo Galês”.
Quando Dan e sua esposa Jane deixaram o País de Gales, eles trouxeram 249 conversos galeses com eles para Utah. Estes foram os primeiros membros da Igreja que não falavam inglês a se estabelecerem em Salt Lake.
Entre este grupo havia muitos cantores que eventualmente se tornariam o grupo que ficou conhecido como o Coro do Tabernáculo Mórmon, que agora se chama o Coro do Tabernáculo na Praça do Templo.
John Parry, que foi o primeiro regente do Coro, pegou 85 desses convertidos galeses e os organizou em um coro para cantar números musicais para a Conferência Geral da Igreja em outubro de 1849.
Em 1852, Dan Jones foi chamado para voltar ao País de Gales por mais quatro anos e mais tarde presidiu todos os trabalhos missionários naquele país.
Em ambas as missões, ele dedicou muito tempo a escrever. Jones publicou cerca de 30 edições de um jornal da Igreja, um hinário, dezenas de tratados e muitas refutações aos ataques à Igreja.
Ele também supervisionou a tradução e impressão do Livro de Mórmon em galês. Ao todo, ele publicou mais de 2500 páginas de informações sobre a Igreja na língua galesa.
Mais de 2 mil pessoas se uniram à Igreja durante sua segunda missão e, no final, Jones trouxe cerca de 700 membros da Igreja para Utah.
Uma vez, ao falar sobre o trabalho de Dan Jones, o Presidente Gordon B. Hinckley escreveu,
“Dezenas de milhares na Igreja hoje descendem daqueles a quem ele e seus companheiros ensinaram e batizaram. Em termos de número de conversos, podem-se contar nos dedos das mãos missionários tão produtivos quanto ele na história da Igreja. Ele dedicou sua vida ao ensino da justiça e à edificação da fé”.
Os desafios e uma morte precoce
Quando voltou para Utah, Dan Jones começou a ter problemas de saúde, talvez por causa de seu antigo trabalho nas minas, longas viagens e vigoroso trabalho missionário.
Além de sofrer abusos públicos e desprezo de religiosos que eram hostis ao evangelho, sua vida pessoal foi marcada pela morte de seis de seus filhos pequenos. Ele morreu com apenas 51 anos de idade em Provo, Utah, de uma doença pulmonar.
Dizem que cerca de 5 mil conversos galeses vieram para a América por causa do trabalho missionário de Dan Jones.
A pintura que retrata Dan Jones pregando o evangelho está no manual Pregar Meu Evangelho e também está pendurada no Centro de Treinamento Missionário de Provo, Utah.
Inúmeros galeses e seus muitos descendentes são eternamente gratos por Jones ter ido ao País de Gales para proclamar o evangelho em sua língua nativa. Na verdade, o legado do Capitão Dan Jones é imenso.
Quando pensamos nas realizações e na vida de Dan Jones, devemos também nos lembrar das circunstâncias que deram início ao seu interesse pela Igreja.
Mal sabia Thomas Sharp, um dos críticos mais ferozes da Igreja de Jesus Cristo, que sua perseguição levariam o Capitão Dan Jones, e por meio do trabalho missionário de Jones, milhares de pessoas à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Fonte: Meridian Magazine
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