Como o pai terreno e o Pai Celestial moldaram a vida desse homem
Michael Wilcox tem apenas uma memória com seu pai antes do divórcio de seus pais: ele era muito pequeno e estava sentado nos ombros de seu pai em um parque de diversões.
O pai de Michael, que havia sido fundamental no retorno de sua mãe à Igreja, se afastou do evangelho enquanto o resto de sua vida desmoronava.
Após o divórcio, o pai de Michael ocasionalmente ia à cidade para levar Michael e seus irmãos ao parque de diversões, mas não havia muito contato entre essas visitas.
Na ausência de seu pai, a mãe de Michael, fez tudo o que pôde para criar Michael e suas irmãs mais velhas.
“Nós éramos a coisa mais importante na vida dela, então nós a salvamos, e ela nos salvou”, diz Michael.
Sua mãe, que foi fiel ao evangelho de Jesus Cristo pelo resto da sua vida, ensinou a Michael que, embora seu pai não estivesse por perto, havia outra pessoa em quem ele podia sempre confiar, o seu Pai Celestial. E assim, Michael começou a conversar com esse Pai regularmente.
“Aconteciam coisas na minha vida que eu achava que eram normais para um rapaz em sua relação com Deus”, diz ele. “Tenho conversado com Deus durante toda a minha vida e sinto que Ele sempre me ouve”.
E talvez tenha sido essa comunicação com o Pai Celestial que deu a Michael um impulso que o levou a fazer algo que ele não imaginava.
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O amor de um filho
“Na faculdade, fui movido por Deus… a ter mais contato com o meu pai, o que no início aterrorizou seu pai porque ele não achava que era importante. “Ele era importante. O fato dele ter ido embora importava” diz Michael.
No início, o pai de Michael ficou com muito medo, mas Michael estava determinado a fazer com que seu pai fizesse parte de sua família.
Desde sua reconexão até o final de sua vida, o pai de Michael era convidado para festas e comemorações de feriados. Ele foi amado incondicionalmente, e como Michael teve filhos, seu pai se tornou avô.
“Ele não era o melhor avô [porque] ele não sabia como ser, mas ele podia ter esse relacionamento”, diz Michael. “Meu pai era um homem fraco, ele não era um homem ruim”.
O pai de Michael voltou para a Igreja e serviu uma missão na Praça do Templo. Quando ele faleceu, o Michael chorou.
“Na grande sabedoria da bondade de Deus, o meu pai foi fundamental para trazer a minha mãe de volta à Igreja. Logo depois, sua vida desmoronou e ele foi embora… Então o meu pai trouxe a minha mãe para a Igreja, a minha mãe me deu a minha fé e eu a devolvi ao meu pai”, diz Michael.
“O rosto de meu pai”
Um ano após o falecimento de seu pai. Michael perdeu sua amada esposa, Laura “Laurie” Wilcox.
Hoje, mais de 11 anos depois, não tem como conversar com Michael sem que ele faça alguma menção a sua amada esposa.
Nos dias e semanas que se seguiram à morte de Laurie, Michael ansiava por sonhar com a sua esposa. Mas em vez disso, o ele sonhou com o seu pai.
“O rosto de meu pai naquele sonho era o rosto mais radiantemente alegre que eu já vi ou poderia imaginar”, ele relembra.
“E foi a sua maneira de me dizer: ‘vai ficar tudo bem, para todos nós. Deus cuidará de toda a nossa felicidade. Ele me viu, apesar de todos os meus erros’”.
Michael diz que queria que esse rosto fosse o rosto de Laurie, mas provavelmente o mais importante era que fosse seu pai.
“Eu nunca teria questionado o rosto da Laurie como alegre e radiante, claro, ela era a mulher perfeita. Mas o meu pai, que tinha vivido uma vida desafiadora?”
Ao ver o rosto do meu pai radiante, percebi que todos os fardos da sua vida, toda a culpa, todos os arrependimentos, todos os remorsos, todos os ‘eu desejaria ter’, todos os ‘eu queria ter’, todos os ‘eu deveria’, desapareceram.
Apenas um rosto radiante de luz e felicidade. Aquele foi um grande presente de Deus para mim, para dizer a todos nós, ‘Seja livre. Eu sou amor eterno’”.
E então Michael acrescenta, “eu nunca tive medo de Deus. Ele é meu Pai desde que comecei a falar”.
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“Coisas bonitas”
Michael descende de um amor pela leitura e pela escrita. Ele é filho de uma mãe que lia para ele e um pai que era professor de inglês.
Ele diz que pode até ter recebido esse amor geneticamente. Mas sabe, como a maioria das coisas boas da sua vida, que começou com a sua mãe.
“Aprendi a amar as escrituras ouvindo a voz da minha mãe lendo as histórias… E ela [também] lia os contos de fadas de Oscar Wilde”, diz Michael.
“E minha mãe lia essas histórias, e ela chorava e eu chorava porque elas eram tão bonitas. Oscar Wilde lia essas histórias para seus filhos, e ele chorava e eles lhe perguntavam: “por que você está chorando? E ele dizia: coisas bonitas sempre nos fazem chorar”.
E foi assim que Michael se tornou um conhecedor de “coisas bonitas”.
“Minha mãe me ensinou a amar as coisas refinadas e bonitas que me fizeram querer ser uma pessoa melhor”, diz ele.
“Qualquer coisa que seja bonita, verdadeira e boa, seja nas escrituras, na filosofia chinesa, literatura russa, literatura americana, em peças britânicas ou… qualquer coisa que amamos, é natural, querermos compartilhá-la… e espero que as outras pessoas as amem igualmente”.
Ele está em todo lugar
“Se você não consegue ouvir a voz de um profeta ou de um apóstolo, talvez você possa ouvir a voz de um dramaturgo ou de um poeta ou de um músico ou de um sábio, ou de um filósofo”, diz ele.
Mesmo durante a apostasia, Michael acredita que um Deus amoroso ainda estava encontrando maneiras de falar com seus filhos.
Michael fez da missão de sua própria vida pessoal encontrar essa voz em todos os lugares possíveis.
“Você pode ouvir a voz de Deus na 9ª Sinfonia de Beethoven? Você consegue ouvir a voz Dele em Hamlet de Shakespeare? Consegue vê-Lo nos glaciares do Alasca e no sussurro de Sua voz no parque Redwoods? Ouvi-Lo em Confúcio? Vê-Lo na mitologia nórdica? Nas histórias gregas? Ele não está apenas no Antigo Testamento. Você irá encontrá-Lo em todo lugar”.
“Não posso imaginar minha vida sem o evangelho e desde muito jovem, conversar com meu Pai Celestial. Ele tem sido a única constante que nunca desaparece. A minha mãe se foi, a Laurie se foi, amigos vêm e vão. Deus, permanece”, diz ele.
Fonte: LDS Living
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