Podemos “desacelerar” no caminho do discipulado

Os Santos dos Últimos Dias sempre acreditaram na advertência de Cristo: “sede vós, pois, perfeitos.” E os líderes da Igreja hoje frequentemente nos lembram sobre a natureza gradual da perfeição, como o Élder David A. Bednar compartilhou recentemente em uma postagem nas redes sociais e o Presidente Russell M. Nelson destacou em seu discurso, “Perfeição Pendente.”

O discurso do Presidente Jeffrey R. Holland na conferência de 2017, “Sede Vós Perfeitos – No final,” tornou-se um favorito pessoal meu. As poderosas percepções do Presidente Holland sobre a vida cristã e a perfeição me ajudaram a sentir mais paz com meus próprios esforços:

“Irmãos e irmãs, cada um de nós aspira ter uma vida mais semelhante a Cristo do que normalmente conseguimos ter. Se admitimos isso honestamente e estamos tentando melhorar, não somos hipócritas, mas, sim, humanos. Não permitamos que nossas tolices da vida mortal e as falhas inevitáveis cometidas até mesmo pelas melhores pessoas entre nós nos tornem cínicos a respeito do evangelho, da veracidade da Igreja ou da nossa esperança por um futuro, ou da possibilidade de santidade. Se perseverarmos, em algum lugar na eternidade, nosso refinamento será finalizado e completo, que é o significado de perfeição14 no Novo Testamento.”

Contudo, uma citação do Élder Neal A. Maxwell esclarece ainda mais essa ideia de perfeição gradual.

“O discipulado não precisa ser acelerado”

Quase 50 anos atrás, em seu livro Deposition of a Disciple, o Élder Maxwell escreveu:

“O discipulado não precisa ser acelerado. O evangelho nos sugere a perfeição final, mas a progressão eterna repousa na suposição de progresso gradual, mas regular, em nossas vidas. Na cidade de Enoque, a quase perfeição deste povo ocorreu ‘com o passar do tempo’ ao longo de muitos, muitos anos. Isso também acontece conosco.”

Eu adoro que ele tenha destacado o “acelerar” que às vezes sentimos ao nos esforçarmos para ser discípulos de Cristo.

Mesmo há 50 anos, quando supomos que o mundo era um pouco menos agitado do que é hoje, os Santos dos Últimos Dias como eu sentiam o senso de urgência para serem perfeitos, e o Élder Maxwell nos assegurou que não precisamos encarar dessa maneira.

Mesmo na cidade de Enoque, onde a perfeição foi alcançada, isso não aconteceu da noite para o dia. Foi “ao longo de muitos, muitos anos,” como disse o Élder Maxwell. Eu pessoalmente me perguntei se “muitos, muitos anos” poderiam significar até mesmo várias gerações.

Mas, de qualquer forma, podemos deixar de lado a expectativa de que uma pessoa imperfeita possa alcançar a perfeição durante sua curta vida mortal.

Porque a perfeição vem com “progresso gradual e regular.”

Discipulado moderno

Por exemplo, quando se trata de estudo diário das escrituras, o educador religioso Jared Halverson disse:

“Um dos melhores dias de estudo das escrituras é quando você percebe que nunca está ‘terminado,’ que você nunca termina o texto. Você passa sua vida inteira se conectando com Deus através dele.”

Temos todos os dias para o resto de nossas vidas (para o resto da eternidade!) para estudar as escrituras, então não precisamos saber tudo de uma vez. Podemos apenas fazer o nosso melhor, dia a dia, e confiar que os anos somarão nossos esforços pessoais para “tentar um pouco mais para ser um pouco melhor.”

Agora, é claro, isso não significa que podemos sentar e não fazer nada nessa vida porque como tempo alcançaremos a perfeição. Como diz o Élder Maxwell, “o evangelho nos sugere a perfeição final.”

Isso significa que posso pedir orientação ao Espírito para me guiar pelo caminho do evangelho, em vez de deixar que o estresse domine.

Afinal, tratar o caminho para a perfeição como uma corrida de Fórmula 1 é provavelmente mais prejudicial do que útil. E andar em um ritmo mais lento do que acho que é esperado de mim não me torna preguiçoso.

Às vezes, precisamos desacelerar para olhar no retrovisor de vez em quando para ver (e apreciar) onde estivemos e até onde chegamos.

Fonte: LDS Living

Veja também: A Igreja é um caminho, não um destino

Posto original de Maisfé.org

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