Como uma mãe solo vivencia a maternidade | Mães de Fé
Este artigo faz parte da série “Mães de Fé”, onde homenageamos as incríveis mães que temos e falamos de sua fé em Deus e em Jesus Cristo.
A maternidade é uma experiência incrível e desafiadora para as mulheres. Já imaginaram as experiências vividas por uma mãe solo?
A Maria Fernanda é mãe, membro da igreja, batizada há pouco mais de um ano, e cuida do seu filho Tiago, de 5 anos de idade. Ela contou um pouco sobre a sua visão da maternidade e os desafios que enfrentou e continua enfrentando por ser mãe solo.
“Um dia, tive uma conversa com minha mãe. Eu estava tão cansada! Tinha acabado de me separar. Virei para minha mãe, que criou quatro filhos sozinha, e perguntei: “Mãe, como você conseguiu?” Ela respondeu: “e eu sei lá!”
Não foi uma resposta contundente, mas foi tão significativa! Eu penso na resposta da minha mãe como uma resposta de fé. Sim, fé. Minha mãe não soube me explicar como criou quatro filhos sozinha, sem pai presente, sem pensão, sem poder trabalhar fora por não ter com quem deixar os pequenos, sem casa própria, sem tanta coisa. Mas ela o fez. E não saber explicar como ela o fez é, para mim, a maior prova que ela não estava sozinha.”
Para Maria Fernanda, a maternidade significa receber bênçãos e, ao mesmo tempo, muitos aprendizados. Ela disse que “a maternidade é a melhor escola que uma mulher poderia frequentar. Nela aprendemos, brincamos, erramos, acertamos, choramos, sorrimos, superamos, pedimos desculpas, gritamos, perdemos a calma e pedimos desculpas novamente. E começamos tudo de novo. Posso dizer que a maternidade me ensinou a ser um ser humano melhor, mais empático e generoso.”
A maternidade me aproximou de Deus
“A maternidade me proporcionou a oportunidade de gestar e amar um filho do Pai Celestial. E isso, por si só, é um grande privilégio. Ainda hoje lembro da sensação que era ter meu filho em meu ventre, ainda incrédula, mesmo ao sentir seus movimentos dentro de mim, maravilhada com o milagre que é dar a vida a alguém. Olho para meu filho e, apesar de sermos somente nós dois, apesar de, por vezes, sentir uma solidão sem fim, estou certa de que não caminho sozinha. Sinto a mão do Senhor sobre a minha em cada dificuldade, e também em cada alegria.”
Sobre os desafios da maternidade, ela comentou que a solidão e ter que lidar com tudo sozinha são as maiores dificuldades, mas a fé dá a força necessária para prosseguir adiante:
“A maternidade veio para mim como uma surpresa. Não foi planejada, mas foi bem-vinda. O bebê veio, inundou minha vida com sentimentos indescritíveis. Amor. Medo. Depressão pós-parto. Em seguida veio a separação. Três meses após a separação, a morte da minha mãe. Em pouco tempo minha vida mudou radicalmente e, pela primeira vez na vida, me vi sozinha. Sozinha não, me vi mãe, mãe solo com meu filho. E ser mãe solo tem sido um desafio enorme. Cuidar de tudo, lidar com tudo sozinha, sem ter com quem compartilhar as dificuldades e as alegrias é extremamente cansativo. Os dias são longos e as noites de sono muito curtas. Confesso que há dias em que me faltam forças. Mas não é falta de fé, é cansaço mesmo.”
E conhecer o Evangelho de Jesus Cristo a ajudou com o sentimento de solidão e trouxe novas perspectivas sobre sua vida.
“O Evangelho entrou em minha vida mais ou menos como a maternidade. Também foi uma surpresa. Sempre tive fé em Deus, mas nunca fui religiosa. Após um convite para um batismo passei a frequentar as reuniões aos domingos e nunca mais parei. Após quatro meses, em janeiro de 2020, estava batizada. Conhecer o Evangelho de Jesus Cristo trouxe uma visão totalmente nova do que poderia ser a minha vida. Não preciso me sentir só, mesmo que de fato esteja. Saber que tenho um valor inestimável aos olhos do Pai Celestial traz alento e esperança, mesmo nos dias mais corridos e cansativos.”
Comemorar as pequenas vitórias
“Posso dizer que o melhor remédio para lidar com os desafios da maternidade, de uma forma geral, é o bom humor, e a melhor estratégia é o improviso. Temos que rir das derrotas e celebrar as vitórias. Temos que celebrar cada pequena realização, não importa o quão insignificante ela possa parecer. E sorrir. Sempre. E chorar também, pois o choro, seja de tristeza ou felicidade, também faz parte da jornada. E, para as mães que são membros da Igreja, eu diria que compartilhar experiências com outras irmãs pode trazer enorme consolo e motivação, tanto para continuarmos firmes no evangelho, quanto para não nos deixarmos abater com o dia a dia exaustivo de uma mãe solo.”
A maternidade é uma parceria eterna com Deus e as mães nunca estarão sozinhas neste nobre chamado, mesmo que sejam consideradas como mães solo. Thomas S. Monson disse: “Entesouremos em nosso coração esta verdade: Não é possível esquecer nossa mãe e lembrar-nos de Deus. Não é possível lembrar-nos de nossa mãe e esquecer-nos de Deus. Por quê? Porque essas duas pessoas sagradas, Deus e mãe, parceiros na criação, no amor, no sacrifício e no serviço ao próximo, são um.”
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