A verdadeira masculinidade
Um estudo realizado a alguns anos atrás, mostrou que o primeiro fator em comum entre as famílias pobres nos Estados Unidos é a falta da presença de um pai.
Em cada categoria, os lares com mães solteiras mostraram uma taxa de pobreza maior do que 10 %, comparada a lares de pais solteiros e essa taxa dobra de número dentro da categoria dos “nunca casados”.
Um estudo feito pelo Departamento Americano de Moradia e Desenvolvimento Urbano, afirma que “o dado mais recente mostra que 55.2% das pessoas que participam do Programa Especial de Nutrição Suplementar para Mulheres, Bebês e Crianças, não tem a presença de um pai em casa.”
Esse estudo também revelou que “a pesquisa mais recente sobre composição familiar da Head Start… descobriu que 53.6% da Head Start são compostas de famílias sem pais.”
A Head Start é um programa desenvolvido pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos americano, que fornece educação, saúde, nutrição e envolvimento familiar, para crianças de baixa renda e suas famílias.
Este estudo também constatou que 48,2% de todo o orçamento do programa Head Start, foi destinado para residências de mães solteiras.
Em um terceiro estudo, “Drogas, Armas e Jovens Desfavorecidos: Comportamento coincidente e o código da rua”, diz que: “A análise de presidiários mostra que o pai ausente é a única variável de desvantagem no nível individual que explica significativamente o tráfico de drogas, armas e comportamento recorrente.
Por que menciono esses estudos? Em primeiro lugar, como um aviso. Não estou comparando homens com mulheres ou pais com mães. De acordo com “A Família: Proclamação ao Mundo”, nenhum papel deve ser mais importante que o outro.
A maior importância neste artigo, é o motivo pelo qual precisamos de mais pais unidos e que sejam bons exemplos do que significa masculinidade, para que mais filhos de Deus não façam parte dessas estatísticas.
Se me lembro corretamente, li um post no Facebook a um ano ou dois atrás, onde uma mãe solteira escreveu sobre como era cuidar de seu filho sem a presença do pai. Parafraseando o que ela disse lemos:
“Posso ensinar meu filho ou minha filha, o significado de ser honesto, gentil, forte, paciente ou qualquer outro número de virtudes que todas as pessoas, homens e mulheres, devam ter. O que não posso ensinar a ele, é o que realmente significa ser um homem bom, simplesmente porque eu não sou um homem. Simples assim. Não posso ensiná-lo como um homem deve tratar uma mulher, pelo menos não pelo exemplo, porque não sou homem. Se eu gostaria que o pai dele tivesse sido o exemplo que deveria? Claro, mas meu objetivo é enfatizar o valor real de um homem na vida de seu filho. “
Acredito ser completamente correto afirmar que o valor de um pai justo é tão incalculável quando o de uma mãe justa, em suas respectivas e diferentes responsabilidades.
Em uma de nossas viagens de família a Piney River Ranch, me lembro de passar um domingo visitando uma ala local. Naquela época, eu era portador do sacerdócio Aarônico.
A organização dos rapazes naquela ala era pequena, então eles reuniam todos os rapazes e líderes sala.
Fiquei um pouco surpreso com a atitude negativa de muitos jovens em relação aos deveres do sacerdócio Aarônico, e ainda mais surpreso com a falta de exemplo da liderança.
Aqueles rapazes deveriam ter incentivado a conhecerem bem seus deveres do sacerdócio, a fim de discutirem sobre o assunto naquele momento. Em minha ala, o quórum de sacerdotes recitava os propósitos do Sacerdócio Aarônico. Segue a lista abaixo.
- Converter-se ao evangelho de Jesus Cristo e seguir seus ensinamentos.
- Servir fielmente em chamados do sacerdócio e cumprir as responsabilidades de seu ofício no sacerdócio.
- Prestar serviço significativo.
- Preparar-se e viver de modo a ser digno de receber o Sacerdócio de Melquisedeque e as ordenanças do templo.
- Ter uma recomendação de uso limitado para o templo e usá-la regularmente onde for possível.
- Preparar-se para servir missão de tempo integral honrosa.
- Adquirir o máximo de instrução possível.
- Preparar-se para se tornar um pai e marido digno.
- Respeitar devidamente as mulheres, moças e crianças.
O que quero enfatizar neste artigo é: Como pode ser possível e justificável, esperar que um homem se torne e seja visto como um bom filho e pai, se continuamos colocando as mulheres contra os homens (e vice e versa)?
Não conseguiremos, a menos que aprendamos o papel do homem dentro do círculo familiar, como foi ensinado pelo Élder Christofferson em seu discurso intitulado “Pais”.
Ele disse:
“David Blankenhorn, autor de Fatherless America, declarou: “Hoje a sociedade norte-americana está basicamente dividida e é ambivalente sobre a ideia da paternidade. Algumas pessoas nem mais se lembram dela. Outras se sentem ofendidas por ela. Outras, incluindo mais da metade dos estudiosos sobre a família, negligenciam-na ou desdenham dela. Muitas outras pessoas especificamente não se opõem nem são convertidas a ela. Muitas pessoas gostariam que fizéssemos algo a esse respeito, mas creem que nossa sociedade simplesmente não é e nem será mais capaz de fazê-lo”.
O Élder Christofferson continua o discurso, ensinando as maneiras que os pais podem dissipar esse mito dizendo que: “lidere de modo a tornar esse ensino uma prioridade”, “demonstrar o que significa ser fiel a Deus na vida cotidiana” e “entregam sua vida, dia após dia, trabalhando para servir e manter sua família”.
Acredito firmemente que a verdadeira masculinidade e a verdadeira deidade são epítomes uma da outra e que, se queremos ver mais homens se tornarem honestos, virtuosos, santos, masculinos e amorosos filhos de Deus, precisamos acreditar que é exatamente isso que eles podem ser e incentivá-los gentilmente a atingir esse padrão.
Certamente, o termo “masculinidade” costuma ser um indicativo biológico de grande força física, mas a verdadeira medida da masculinidade está relacionada com a sabedoria e a capacidade de saber quando e como usar essa força – física, mental ou espiritual – para abençoar a vida do próximo.
Essa é a verdadeira masculinidade e só se manifestará plenamente nos homens que valorizamos em nossas vidas, quando esperarmos isso deles e os incentivarmos a adquirir esses atributos.
Afirmações como “Ah, deixe que eles façam suas coisas de homem sem graça” e “As mulheres são muito mais fortes que os homens” não são apenas falsas, elas são algumas das ideias mais perigosas e corrosivas ditas pela sociedade de hoje, como um todo.
Você quer ver a verdadeira masculinidade em seu filho, irmão ou pai? Acredite que ele pode ser melhor e refletia seu incentivo em suas ações.
Fonte: LDSBlogs
Élder Soares: “na cultura do Evangelho não há espaço para ser machista”
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