Entendendo melhor a Cruz do Calvário e Jardim do Getsêmani
Normalmente quando pensamos onde aconteceu Expiação do Salvador Jesus Cristo acabamos pensando em dois lugares: a cruz e o jardim. Normalmente relacionamos o Jardim do Getsêmani como o lugar onde o Salvador pagou por nossos pecados, vencendo a morte espiritual e a cruz como o lugar onde Ele venceu a morte física ao entregar Sua vida ao Pai.
Entretanto, não foi bem assim.
O Élder Gerald Lund ensinou:
“[Um] erro doutrinário é a ideia de que o sofrimento e a morte na cruz cobriram apenas os efeitos da morte física e que o sofrimento no Getsêmani cobriu apenas os efeitos da morte espiritual. Tal explicação também não é explicada nas escrituras. A agonia no Jardim e o sofrimento na cruz eram partes integrais do Sacrifício Expiatório. Não encontramos em nenhum lugar das escrituras uma explicação de que só a cruz venceu a morte física ou que só o jardim venceu a morte espiritual.”
Pode ser uma surpresa para alguns Santos dos Últimos Dias saber que as escrituras– incluindo o Livro de Mórmon e Doutrina & Convênios – enfatizam mais a crucificação de Jesus Cristo do que o Getsêmani. Como este estudo mostra, duas passagens bíblicas falam de Cristo sofrendo por nossos pecados, enquanto mais de cinquenta passagens falam dele morrendo por nossos pecados.
Entre as primeiras palavras de Cristo, quando Ele visitou os nefitas estavam: “Aproximai-vos de mim […] a fim de que saibais que […] fui morto pelos pecados do mundo.” (3 Néfi 11:14). Ao definir seu evangelho, ele disse: “E meu Pai enviou-me para que eu fosse levantado na cruz;” (3 Néfi 27:14).
Apóstolos antigos, como Paulo ensinou, “Porque a palavra da cruz […] é o poder de Deus […] nós pregamos a Cristo crucificado.” (1 Coríntios 1:18, 22-23) e, “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.” (Gálatas 6:14).
Os primeiros profetas da Igreja restaurada também se concentram na crucificação de Cristo. Joseph Smith se refere à morte de Cristo como um dos “princípios fundamentais” da nossa religião.”
Os profetas atuais também ensinaram sobre a importância da crucificação de Cristo. O Presidente Thomas S. Monson ensinou que Cristo “morreu na cruz para expiar os nossos pecados” e o Presidente Russell M. Nelson referiu-se a ele como “a experiência mais excruciante jamais suportada na terra”. Literalmente centenas de citações semelhantes de líderes da igreja moderna poderiam ser compartilhadas.
Uma coisa deve ficar muito clara, nós acreditamos no poder expiatório do Getsêmani e não estamos tentando diminuir ou desconsiderar a importância do sofrimento de Cristo no Getsêmani. É a esperança de que a ênfase no significado da crucificação, tanto das escrituras como dos líderes da Igreja, nos motive como Santos dos Últimos Dias a querer estudá-la mais cuidadosamente–porque fazê-lo nos aproximará mais de Jesus Cristo.
Embora esta seja uma ilustração imperfeita, imagine que há alguma quantidade máxima que podemos aprender sobre o Getsêmani e o Calvário durante a mortalidade (é claro que a Expiação de Cristo é infinita e por isso nunca podemos compreendê-la plenamente). Muitos de nós concebemos a Expiação de Cristo como algo que aconteceu em grande parte no Getsêmani e por isso aprendemos diligentemente tudo o que podemos sobre os eventos daquela noite sagrada.
Em contraste, muitos de nós não estudaram cuidadosamente a crucificação de Cristo. O Presidente James E. Faust ensinou: “qualquer aumento na nossa compreensão do Seu Sacrifício Expiatório aproxima-nos mais Dele.” Assim, aprender mais sobre a crucificação de Cristo pode representar oportunidades de “aumentar a nossa compreensão de Seu sacrifício expiatório” e, portanto, aproximar-se “Dele.” Talvez agora seja o momento de estudarmos mais diligentemente a crucificação do Salvador e, assim, aprofundarmos nossa conexão com Jesus Cristo e Sua Expiação.
É claro que isso não significa que devamos, de alguma forma, enfatizar o Getsêmani, no entanto, alguns de nós podem achar que podemos aprofundar nossa compreensão da Expiação de Cristo estudando mais ativamente sobre Sua Crucificação. Como Mórmon escreveu ao seu filho Morôni, “mas possa Cristo animar-te; e os seus sofrimentos e a sua morte […] permaneçam em tua mente para sempre.” (Morôni 9:25). Ponderar sobre o sacrifício do Salvador na cruz pode aproximar-nos Dele.
Há muitas maneiras que podemos fazer tanto o sofrimento de Cristo no Getsêmani e Sua Crucificação uma parte de nosso estudo. Os dois eventos resultam no que conhecemos como o sacrifício Expiatório de Cristo e possuem igual importância para o plano de Deus, pois, sem qualquer uma destas partes, ainda estaríamos sujeitos a trevas e escuridão.
Fonte: LDS Daily
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