Aprender o idioma celestial

Você é fluente no idioma do amor? Eu sou. Nem todas as pessoas sabem e ninguém na terra consegue logo de primeira. Parece misterioso. Do que estávamos falando?

No contexto desse artigo, o “idioma do amor” não é uma referência as comédias românticas do Netflix. Estamos falando de caridade, que (como as escrituras nos ensinam), é o puro amor de Cristo.

O amor é um idioma celestial. Não estamos mais no céu. Agora estamos em um mundo decaído, aprendendo a falar o idioma do céu novamente. É emocionante, mas muitas vezes desafiador. Como estamos nos saindo?

Leva tempo para aprender o idioma do amor, e não há nada de errado com isso. O amor é a voz mais poderosa do universo. A habilidade de discordar sem alterar a voz e o temperamento é uma qualidade que vale a pena desenvolver.

Um bebê que grita e chora é a prova que não nascemos falando o idioma do amor, no entanto quando um bebê está feliz, aquela risada é o mais fino idioma do amor.

Bebês chorões e exigentes são pequenos seres que precisamos ajudar e educar. Mas todos nós sabemos que há pessoas exigentes e choronas que não são mais bebês. Se já estivemos nessa posição de agir como bebês, segue abaixo algumas dicas que podem nos ajudar.

Veja a situação com nossos olhos espirituais. Quais lições celestiais podemos aprender dessa interação?

Dê um tempo. Não responda de imediato. Respire. Como dizem na prática de ioga “Sempre respire”. Dez ou vinte segundos de respiração profunda podem ajudar a nos acalmar.

Tenha responsabilidade. O problema não é 100% culpa da outra pessoa. Podemos ter empatia pelo sentimento da outra pessoa. Quais são as inseguranças dela? Quais são seus medos?

Ore. Ore constantemente por ajuda para ter uma atitude positiva.

Podemos ser gentis mesmo em meio a uma situação difícil

Existe uma subcategoria no idioma celestial chamada de respeito. Esse idioma, que envolve falar educadamente, não interromper e ser gentil, é uma que queremos muito que as crianças aprendam e pratiquem em suas vidas.

Para crianças pequenas, o respeito pode ser um idioma difícil. Pode levar anos de prática para se tornar fluente. Infelizmente, muitos pais esperam que seus filhos aprendam a falar imediatamente.

Mas as crianças são estrangeiras que chegaram em nosso planeta sem falar nenhuma palavra. É difícil!

Imagine que de repente você vai morar na França. Você não fala francês. Como você gostaria de ser atendido pelas pessoas ao seu redor?

A. Gostaria que meus guias estivessem apavorados comigo. Eu gostaria de ser desprezado a cada passo. Se eu cometer um erro que pareça fácil de evitar, eu gostaria que gritassem comigo com grande intensidade.

Também gostaria de ser mandado embora constantemente, para uma sala ou um local isolado por grandes e pequenos erros. Sempre que possível, eu gostaria de me sentir evitado.

B. Eu adoraria receber ajuda. Quando violasse o código cultural, ficaria feliz se alguém me chamasse de canto e explicasse amorosamente a ação correto. Várias vezes.

Se necessário, talvez eu possa precisar de um “tempo limite” para pensar. Mas eu preferiria ser mandado embora com minha dignidade intacta.

Sim, o processo de ensino do idioma do respeito requer repetição. E sim, gritar pode produzir resultados rápidos. Mas esses resultados têm um preço a longo prazo, que geralmente são muito doloroso.

Podemos ensinar o básico repetidas vezes. Podemos torcer pelo progresso alcançado. Podemos ser pacientes quando necessário.

Uma vez que temos essas habilidades, podemos estar prontos para aulas mais avançadas. Essas aulas são dadas a um nível mais profundo e mais espiritual. Elas são como um exercício para a alma.

Vou dar um exemplo: Um dia, um de nossos filhos gentilmente perguntou se podia falar comigo em particular. Eu disse “sim” e fomos para outro cômodo conversar.

Ele disse que havia notado que eu estava sendo muito gentil com uma das minhas filhas mais nova, que ele sabia que estava passando por algumas dificuldades ultimamente.

“Sim”, eu disse. Eu estava sendo mais gentil do que o normal. Aquilo estava me “matando por dentro” porque na verdade, eu estava ressentida com um comportamento negativo recorrente. Eu disse isto a ele.

“Acho que ela percebeu”, ele disse. Ele me disse que quando ele foi conselheiro em um programa para adolescentes problemáticos, ele aprendeu que se as atitudes estão corretas, mas o coração está “em guerra” as crianças percebem. As crianças são mestras em observar.

Ele estava certo. Eu precisava acalmar meu coração com relação aquele problema relacioando a filha.

No primeiro momento, eu não tinha certeza de que seria capaz. orei muito por caridade e perdão. O amor voltou, mas estava muito frágil. eu queria que o amor fosse constante.

Concentrar-se em evitar o conflito, lembrar do verdadeiro valor dos filhos de Deus e me arrepender regularmente – essas foram as ações que me ajudar a ser constante.

Eventualmente aquela constância se tornou força. A conexão entre nós lentamente passou de um fino fio para um inquebrável feixe de amor.

Levou um tempo. Mais do que eu gostaria de admitir. Mas valeu a pena cada segundo de foco e autocontrole.

No final, nós duas falávamos o idioma do amor, não somente o básico. Agora fazemos conjugações sutis e expressões idiomáticas. Somo fluentes!

Esse mesmo processo pode acontecer em um casamento, em uma amizade ou em qualquer relacionamento. Só precisamos estar vulneráveis, em espírito de oração, e dispostos a abrir nossas bocas para tentar falar com amor. Sabemos que quando mais praticarmos, melhor nos tornaremos.

E quando chegarmos no céu, tendo sido forjados através da oposição, e armados com o idioma do amor, veremos o céu ainda mais celestial do que antes.

E isto acontecerá porque iremos ter vivido o contraste. E iremos ter vencido.

“Não cessaremos de explorar e o fim de toda a nossa exploração será chegar onde começamos e conhecer o lugar pela primeira vez.”- T.S. Eliot

Fonte: Meridian Magazine

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