Existe um problema com a Geração Z?
Para a minha geração, a Geração Z, os últimos meses foram de descontentamento. Normalmente imaginamos férias super emocionantes ou estágios temporários, mas acabamos encontrando somente desemprego e muitos protestos.
A maioria dos meus amigos estão ocupando seu tempo ao defender uma bandeira de antirracismo com uma justa grande indignação e o uso das mídias sociais tem girado quase exclusivamente em torno de causas de “justiça social”.
As redes sociais que normalmente mostrariam fotos de pessoas na praia ou em outras situações mais relaxantes se tornaram o local principal de protesto, denúncia e crítica. As ruas foram tomadas por protestos, mesmo em meio a uma pandemia. As pessoas estavam preferindo ir protestar do que voltar às reuniões da Igreja.
Então, porquê todo este fervor? Por que toda essa energia ansiosa — e às vezes violenta—?
Joan Didion escreveu uma vez sobre os casamentos que acontecem em Las Vegas:
“Las Vegas parece oferecer algo diferente de “conveniência”; é uma propaganda sobre ser legal, é a reprodução da própria cerimônia para pessoas que não sabem mais onde encontrá-la, como fazer os planos, como fazê-lo direito.”
Existem pacotes que podem ser comprados online, com todas as coisas “necessárias” para um casamento acontecer. Fotógrafo, um local, um cerimonialista, tudo. É só chegar no local e minutos depois você está casado em Las Vegas.
São casamentos apressados, que tentam imitar os casamentos tradicionais. Talvez isso aconteça por que as pessoas têm um desejo interno de fazer as coisas, mas não sabem exatamente como fazê-lo.
Sinto que esse pode ser o problema da Geração Z.
Temos esse impulso genuíno e ardente que distingue a humanidade, esse desejo de ajudar os necessitados, de fazer do mundo um lugar melhor, de defender algo. Mas não nos foram dadas as ferramentas para descobrir a maneira certa de o fazer.
Existem oportunidades muito fáceis para “agir corretamente”. Com regras muito simples a serem seguidas— qualquer um pode doar 5 dólares a um fundo de caridade para “justiça racial” e sentir-se bem consigo mesmo.
A Geração Z está frequentando protestos, criticando aqueles que querem voltar a frequentar a igreja, e tentando agir. 33% da Geração Z norte-americana quer menos fundos destinados à polícia e 90% apoia uma organização que procura “perturbar a estrutura da família prescrita pelo ocidente.”
Como é que viemos parar aqui, à deriva? A resposta, em termos mais amplos, é o resultado de uma educação fracassada: somos uma geração que não foi ensinada a pensar nem a orar.
Somos a geração menos religiosa da história dos Estados Unidos. Comparada à geração anterior, a Geração Z possui o dobro de indivíduos que se identificam como ateus, outros se identificam como “sem filiação à nenhuma instituição” e quase metade relatam que “nunca” ou “raramente” frequentam a Igreja.
Essa falta de religiosidade caminha lado a lado com a perda da razão. Vemos frequentes depredações, difamação dos Fundadores dos Estados Unidos, destruição de monumentos e a falta de respeito.
Assim, rejeitamos os dois pilares da civilização ocidental, a fé e a razão, os dois músculos que a sustentaram durante anos. Sem o cultivo adequado desses dois pilares, ficamos sem fundamento e condenados a desintegrar-nos.
Então, o que nos resta? Nada, na verdade.
Podemos argumentar nas redes sociais, escrever tuites cheios de crítica ou até mesmo debater com alguém nos comentários de alguma publicação. Mas ao longo do tempo, perceberemos que certos tipos de comentários e argumentos relacionados a fé, esperança e perspectiva não possuem espaço nesses ambientes.
Tais manifestações e a busca por “fazer o certo”, cada um de sua maneira, podem ser interpretados como gritos por ajuda. Gritos de uma geração que quer contribuir positivamente para a sociedade e para o estabelecimento de um mundo melhor, mas não tem a menor ideia de como fazê-lo. Precisamos de alguém para nos resgatar desse deserto em que estamos, e nos levar em segurança de volta para casa.
Este texto é uma adaptação do artigo “Guest opinion: Gen Z is lost in a desert of shallow activism. We need a way out” escrito por Luke Lyman – estudante de ciências políticas da Brigham Young University.
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