CARLOS WIZARD: A pandemia ainda está longe de acabar
Em vários países temos visto a segunda onda da Covid-19 voltar tão forte quanto a primeira. Isso significa um grande alerta para os gestores públicos e também para a população. Não podemos baixar a guarda e nos descuidar das medidas preventivas.
Não sou político e nem tenho pretensões políticas. No entanto, não poderia deixar de reconhecer um prefeito que recebeu uma das maiores votações do Brasil, percentualmente falando. De acordo com o TSE, o dr. Cássio Prado foi reeleito prefeito de Porto Feliz, no interior de São Paulo, com 92% dos votos válidos. Alguém irá indagar: “Qual agência de marketing ele contratou para obter um resultado tão expressivo?”
Ele não contratou nenhuma agência. Como médico, desde o início da pandemia ele se colocou na vanguarda do combate ao coronavírus no Brasil. Dessa forma, Porto Feliz tornou-se um dos municípios com mais baixos índices de óbitos em decorrência da doença.
Com uma população de aproximadamente 52 mil habitantes, a cidade registrou um total de 2.261 casos de pacientes infectados até o final da primeira quinzena de novembro, sendo que 2.241 foram curados e 15 deles vieram a óbito. Usando dados do Ministério da Saúde, o Brasil tem 210 milhões de habitantes, com um índice de 79 óbitos por Covid-19 a cada grupo de 100 mil habitantes. Porto Feliz, por sua vez, está muito abaixo da média nacional. Se ela fosse o Brasil, teríamos por volta de 59 mil óbitos em todo o País, em vez dos atuais 165 mil. Isso significa que mais de 100 mil vidas teriam sido poupadas se fosse possível seguir o protocolo utilizado nessa cidade que merece ter o nome de Porto Feliz.
Mas qual é o segredo desse resultado? A baixa taxa de mortalidade só foi possível porque a atual gestão do município agiu de forma corajosa, desenvolvendo ações para o tratamento precoce da doença, administrando um kit de medicamentos assim que identificados os primeiros sintomas. Isso impediu que os infectados pelo coronavírus tivessem seus quadros de saúde agravados para as fases agudas da doença.
É corajosa a iniciativa do dr. Cássio Prado, que se colocou como defensor do tratamento clínico, priorizando salvar a vida dos pacientes e dos cidadãos, ainda que isso significasse ir contra a orientação original para que os infectados só procurassem ajuda médica caso os sintomas se agravassem.
Tudo indica que essa pandemia e os efeitos adversos da Covid-19 não irão desaparecer tão cedo. Em vários países desenvolvidos temos visto a segunda onda da pandemia voltar tão forte quanto a primeira. Isso significa um grande alerta para os gestores públicos, que podem tomar medidas pontuais para salvaguardar sua população contra essa doença que tem tratamento satisfatório e eficaz, desde que o paciente receba atendimento imediato.
É um alerta também para a população, evidenciando o fato de que não podemos baixar a guarda e nos descuidar das medidas preventivas necessárias. Afinal, tudo indica que o ano de 2021 ainda será marcado por essa trágica pandemia.
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