A história do hino “Vinde, ó Santos”, de Willliam Clayton

O hino “Vinde, ó Santos” (número 20 do Hinário) é um dos mais conhecidos hinos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e retrata bem as esperanças e dores dos pioneiros mórmons, que fizeram um enorme sacrifício, deixando suas casas devido a perseguição, e rumando para o Oeste dos Estados Unidos.

Quem era William Clayton?

O autor da letra é William Clayton. O Élder David. B. Haight, que serviu no Quórum dos Doze Apóstolos, contou sobre William Clayton:

“O pai de William Clayton era professor, e William tivera uma boa educação. Ele escrevia bem, tinha jeito com números, tinha talento para manter registros. Ele foi ensinado e batizado pelo grupo missionário de Heber C. Kimball no início da Igreja na Inglaterra. Ele foi logo bem aceito por causa de sua educação e sua habilidade como escritor. Ele tinha 23 anos e era um jovem muito inteligente. Ele logo tornou-se secretário, escriturário e guarda-livros da pequena organização da Igreja na Inglaterra.

Ele e a esposa queriam ir para Nauvoo, por isso viajaram de navio para a América. Em Nauvoo, ele conheceu o Profeta Joseph Smith e outros líderes da Igreja. Ele foi útil de diversas maneiras, pois tinha uma letra muito bonita e escrevia bem. Um rapaz assim tinha sua utilidade.” (“Tudo bem”, A Liahona, julho de 2004).

Aprendemos sobre o carácter grandioso deste pioneiro quando lemos uma carta dele, a seus amigos na Inglaterra, alguns anos antes do Êxodo dos membros:

“Apesar de estarmos ( … ) separados pela distância, eu nunca os esqueço. Mas, louvado seja Deus, tudo que tenho passado não me prejudicou nem desencorajou, ao contrário, é para meu próprio bem.

( … ) Há ocasiões em que quase sufocamos de calor ( … ) em outras quase congelamos de frio. Temos de dormir sobre tábuas, em vez de colchões de plumas. ( … ) Nossas roupas molharam-se e não pudemos secá-las nem trocá-las ( … ) tivemos de dormir a céu aberto nas piores condições climáticas, passamos por muitas coisas que vocês nem podem imaginar ( … ) [ainda assim] ( … ) continuamos ( … ) saudáveis e animados ( … )

Se vocês forem fiéis, nada terão a temer na jornada. O Senhor cuidará de Seus Santos.” (Carta de Commerce, 10 de dezembro de 1840, William Clayton Collection, arquivos da Igreja SUD).

Escrevendo a letra do hino “Vinde, ó Santos”

William estava na primeira companhia de carrinhos de mão, que rumava para o oeste.

“Fé, coragem e determinação fizeram os santos enfrentar o frio, a fome e a morte de entes queridos. William Clayton foi chamado para integrar um dos primeiros grupos que partiu de Nauvoo, deixando a mulher, Diantha, com os pais dela apenas um mês antes de dar à luz seu primeiro filho.

Trabalhar arduamente em estradas lamacentas e acampar em barracas frias deixou-o estressado, pois preocupava-se com o bem-estar de Diantha. Dois meses depois, ele ainda não tivera notícias da mulher, não sabendo se ela tinha dado à luz com tranqüilidade, mas finalmente recebeu o comunicado de que nascera “um belo e gordo menino”.

Quase imediatamente após ter recebido a notícia, William compôs uma música que não somente teve um significado especial para ele, mas que se tornou um hino de inspiração e agradecimento para os membros da Igreja durante muitas gerações.

O hino chama-se ‘Vinde, Ó Santos’ e a famosa letra mostrava a fé de William, bem como a de milhares de santos que cantaram o hino em meio a adversidades: ‘Tudo bem! Tudo bem!’ [Ver James B. Allen, Trials of Discipleship: The Story of William Clayton, a Mormon (1987), p. 202.] Eles, como os membros que os seguiram, encontraram a alegria e paz que são a recompensa do sacrifício e da obediência no reino de Deus.” (Nosso Legado, p. 71)

O hino Vinde ó Santos

Eis a letra do Hino em português:

1. Vinde, ó santos, sem medo ou temor;
Mas alegres andai,
Rude é o caminho ao triste viajor,
Mas com fé caminhai.
É bem melhor encorajar
E o sofrimento amenizar;
Podeis agora em paz cantar:
Tudo bem! Tudo bem!

2. Por que dizeis: “É dura a provação”?
Tudo é bom, não temais.
Por que pensais em grande galardão,
Se a luta evitais?
Mas não deveis desanimar
Se tendes Deus para vos amar;
Podeis agora proclamar:
Tudo bem! Tudo bem!

3. Sem aflição, em paz e sem temor,
Encontramos um lar.
Hoje, libertos do pesar e dor,
Vamos todos cantar.
Partindo de nosso coração
Bem alto e com resolução,
O nosso glorioso refrão:
Tudo bem! Tudo bem!

4. Chegando a morte, tudo irá bem,
Vamos paz todos ter.
Livres das lutas e dores também,
Com os justos viver
Mas se a vida Deus nos poupar
Bem alto poderemos cantar,
A uma só voz entoar:
Tudo bem! Tudo bem!

(Vinde, ó Santos – biblioteca de Música da Igreja)

Veja a performasse do Coro do Tabernáculo:

O que você sente ao ouvir este belo hino? 

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