A Igreja de Jesus Cristo foi restaurada? | Papo de Fé
Eu tinha 12 anos de idade quando ouvi falar da Restauração do evangelho de Jesus Cristo pela primeira vez. Era um final de tarde e os missionários estavam sentados em umas cadeiras de madeira que faziam parte de um conjunto antigo da cozinha de casa, eu e meu pai em uns banquinhos. Particularmente, só me lembro disso daquele dia e também do que os missionários começaram a falar depois que cantamos um hino.
Eles me contaram que um menino de 14 anos – só 2 anos mais velho do que eu – tinha estudado a Bíblia, procurando uma resposta para saber que religião ele deveria se unir. Ele conversou com muitos religiosos que conhecia e mesmo assim não conseguiu se decidir.
Foi então que ele encontrou uma escritura no livro de Tiago, capítulo 1, versículo 5, que dizia que se uma pessoa tinha falta de sabedoria, poderia pedir a Deus, que receberia liberalmente.
Depois de me explicarem que esse menino se chamava Joseph Smith e que ele tinha mesmo decidido fazer uma oração, os missionários recitaram exatamente as mesmas palavras que encontramos em Joseph Smith – História 1:16-17.
“Vi um pilar de luz acima de minha cabeça, mais brilhante que o sol, que descia gradualmente sobre mim. Quando a luz pousou sobre mim, vi dois Personagens cujo esplendor e glória desafiam qualquer descrição, pairando no ar, acima de mim. Um deles falou-me, chamando-me pelo nome, e disse, apontando para o outro: Este é Meu Filho Amado. Ouve-O!”
Então, aqueles missionários pediram para que eu orasse para saber se isso tinha mesmo acontecido. Para ser bem sincera, eu não orei não. Mas o motivo foi porque eu já sabia que aquilo tudo tinha acontecido de verdade.
Mas ouvir sobre uma Restauração e sentir que ela aconteceu, logicamente me fez pensar que se uma coisa foi restaurada, isso significa que já existiu alguma vez. Foi então que eu realmente entendi que em algum momento da história, uma Igreja tinha sido estabelecida na Terra.
Quando Jesus Cristo nasceu nesta Terra, para passar por sua experiência mortal, ser o nosso maior exemplo e também pagar por nossos pecados, Ele também organizou a Sua Igreja. Não era uma estrutura física, mas sim uma organização.
A Igreja que Cristo estabeleceu tinha alguns elementos. A revelação, a autoridade de Deus, líderes do sacerdócio e ordenanças de salvação.
Em Efésios 2:20 lemos:
“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina.”
Jesus Cristo era o líder principal, o profeta. Ele chamou 12 apóstolos e posteriormente chamou os setentas (Lucas 10:1) e outros líderes para pregar o evangelho e cuidar da Igreja. Além disso, todos esses homens tinham o poder de Deus, o sacerdócio, para agir em Seu nome, realizar milagres e administrar as ordenanças de salvação, como o batismo, por exemplo.
Com a morte de Cristo, Pedro se tornou o presidente da Igreja de Jesus Cristo, e liderou os apóstolos por um tempo. Ao lermos as escrituras, aprendemos que esses homens foram perseguidos e mortos e com isso, essa organização da Igreja foi perdida, dando início a um período de escuridão espiritual, chamado de Grande Apostasia.
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Mas uma luz no fim desse túnel cheio de escuridão apareceu com a Restauração do evangelho, assim como os missionários me contaram.
Saber que Joseph Smith tinha mesmo visto Deus e Jesus Cristo quando tinha só 14 anos parecia ser algo um pouco irreal, mas ao estudar mais sobre a Restauração nos anos que seguiram, foi algo essencial para o meu testemunho e para entender como é Deus. Para entender todo esse processo, penso que podemos dividir os acontecimentos em algumas partes.
Perguntar a Deus
Nos primeiros 14 versículos de Joseph Smith História aprendemos sobre como foi o processo de estudo e reflexão de Joseph Smith até ele ir até o Bosque Sagrado e orar ao Pai Celestial.
Ele estudou a Bíblia, conversou com religiosos e frequentava as reuniões das igrejas que conhecia. Ele ponderou sobre o que aprendia ao mesmo tempo que buscava a orientação de seus pais. O que ele fez foi buscar revelação, ou seja, ele buscou uma resposta de Alguém que não o confundiria e não mentiria, ele buscou Deus.
Receber revelação
Por sua busca diligente e sincera, Joseph Smith recebeu uma resposta. Em uma manhã de primavera de 1820, ele viu Deus e Jesus Cristo em um bosque no Estado de Nova York. Os dois seres glorificados que lhe apareceram, responderam sua pergunta de qual igreja se filiar.
A resposta foi que não se unisse a nenhuma igreja, pois elas se aproximavam de Deus só com a boca, mas seu coração estava longe.
Além desse evento extraordinário ser muito importante para a história da Igreja de Cristo na Terra, também é um grande exemplo de como Deus é nosso Pai e como Ele responde às orações que fazemos a Ele.
O Élder Dieter F. Uchtdorf ensinou:
“Deus falou a Joseph Smith com o propósito de abençoar todos os filhos de Deus com Sua misericórdia e amor, mesmo em épocas de incertezas e inseguranças, de guerras e rumores de guerras, de desastres e calamidades naturais e pessoais. O Salvador disse: “Eis que meu braço de misericórdia está estendido para vós e aquele que vier, eu o receberei” (3 Néfi 9:14) e todos os que aceitam esse convite serão “envolvidos pela incomparável generosidade de seu amor”. (Alma 26:15)”
O Livro de Mórmon
Após tão incrível visão, Joseph foi alvo de perseguições e chacotas, pois ninguém acreditava que alguém tão simples e desconhecido poderia ter tido uma experiência tão incrível.
Alguns anos mais tarde, ao se questionar sobre a sua conduta de vida e outras preocupações, Joseph orou novamente ao Senhor, esperando receber o mesmo tipo de visão como resposta.
Naquela ocasião, um mensageiro celestial foi enviado para instruir Joseph de sua missão. Há alguns quilômetros de sua casa, havia uma colina, e em determinado local dessa colina estavam enterradas placas de ouro e outros objetos. Joseph seria preparado para traduzir essas placas e trazer esse registro antigo para o mundo novamente.
O resultado desta tradução foi o Livro de Mórmon – um outro testamento de Jesus Cristo, que é um registro dos povos antigos que viveram no continente americano e que receberam a visita do Salvador após Sua ressurreição.
O Élder Jeffrey R. Holland explica sobre o Livro de Mórmon:
O Sacerdócio
Como parte essencial da Restauração do evangelho, o Sacerdócio – o poder de Deus dado aos homens na Terra, deveria estar de novo no mundo. Tal poder foi perdido anos depois da morte de Cristo e permaneceu perdido durante os longos anos da Grande Apostasia.
Não havia maneira de ligar os céus com a terra sem esse poder, e por isso, o Sacerdócio foi dado a Joseph Smith.
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Esse poder de Deus é dividido em dois. O Sacerdócio menor – ou Aarônico, e o Sacerdócio maior – ou de Melquisedeque. O último portador do Sacerdócio Aaronico antes da Grande Apostasia foi João Batista e os últimos portadores do Sacerdócio de Melquisedeque eram Pedro, Tiago e João. Por isso, como mensageiros especiais de Deus, esses homens vieram a Terra e conferiram essa autoridade a Joseph Smith.
Assim, a Igreja de Jesus Cristo pôde ser organizada novamente nesta dispensação. Joseph Smith era o profeta que tinha o poder de Deus e ele chamou 12 apóstolos para pregar e estabelecer a Igreja da mesma maneira que Cristo estabeleceu nos tempos antigos.
Essa organização nunca mais será retirada da Terra, e é por isso que temos um profeta vivo e apóstolos que nos guiam hoje em dia.
Se você quiser saber mais sobre a Restauração, no ano de 2020, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias publicou “Uma Proclamação do Bicentenário ao Mundo”.
E se quiser saber ainda mais sobre o que aconteceu com a Igreja de Cristo depois de Sua morte, recomendamos que estude esse artigo do Presidente James E. Faust.
E então, quais são seus sentimentos sobre a Restauração do evangelho? Compartilhe com a gente!
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